Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão reunir-se hoje, em Bruxelas, para debater as crises no Iraque, na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
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A alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, a britânica Catherine Ashton, acedeu a realizar a reunião extraordinária sobre o Iraque que França e Itália pediam há vários dias, para discutir a intervenção europeia face à ofensiva dos extremistas do Estado Islâmico.
Esta sexta-feira, à entrada para a reunião, Catherine Ashton saudou a nomeação de Al-Abadi para primeiro-ministro do Iraque. O até aqui chefe do governo Nouri Maliki anunciou que desiste da corrida, a favor de Haider Al-Abadi, pondo fim ao impasse no país. A alta representante para a política externa europeia espera assim que a estabilidade regresse ao Iraque.
Na terça-feira, os embaixadores da UE reuniram-se para estruturar as ações no Iraque, na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Sobre o Iraque, acordaram «reforçar a coordenação humanitária e o acesso aos deslocados internos», deixando, porém, aos Estados-membros a decisão de armarem, ou não, os combatentes curdos que tentam travar a ofensiva do Estado Islâmico no Norte do país.
A entrega de armas aos curdos está a suscitar divergências entre Estados-membros, nomeadamente entre a França, que a defende, e a Suécia, que se opõe.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, que vai participar na reunião em Bruxelas, marcada para as 12:00 de hoje, já disse estar «particularmente preocupado com a evolução» da situação no Iraque, afetado por «uma catástrofe humana de grandes dimensões».
Portugal apoia «os esforços da comunidade internacional, nos quais a União Europeia participa ativamente, para que se possa aliviar, na medida do possível, o sofrimento das populações que têm sido atingidas por estas atrocidades e atos de terrorismo», disse.
O ministro salientou também que o Governo português apoia «as ações das autoridades iraquianas e norte-americanas e ainda de outros parceiros internacionais no sentido de deter o avanço das forças do grupo Estado Islâmico».
Porém, advertiu Machete, «é bom não ter ilusões: só um diálogo político abrangente, com vista a uma reconciliação nacional, permitirá melhorar significativamente a situação» no país. «Isto significa que só a via política permitirá alcançar uma paz duradoura no Iraque», defendeu.