Discotecas fechadas e proibido fumar em esplanadas: Madrid endurece medidas contra Covid-19
A capital acumula o maior número de novos casos por coronavírus do país. Ontem chegou aos 1.535 de um total de 3.715.
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Sem discotecas e sem tabaco nas esplanadas. A partir de hoje os madrilenos não podem fumar nos espaços públicos, mesmo ao ar livre, se não for possível manter a distância de dois metros. Os bares e as discotecas não podem abrir até nova ordem e os restaurantes têm de fechar à 1 hora da manhã e manter uma ocupação de 75% no máximo.
As medidas incluem também a proibição de comer dentro dos transportes públicos, para evitar a manipulação da máscara, que já é de uso obrigatório em todos os espaços públicos, abertos e fechados.
A maioria dos cidadãos aprova as medidas que, para alguns, já chegam tarde: "Acho que se deviam ter adotado antes, já vamos tarde. O que não tinha nenhum sentido era que até agora as discotecas estivessem abertas quando está demonstrado que podem ser focos de contágio e mais com os números que temos em Madrid", conta Juan Garcia.
Outros põem o foco no sistema de saúde e sublinham que sem rastreadores e sem reforço nos centros de saúde, as outras medidas são irrelevantes. "A proibição de fumar nas esplanadas e o fecho dos bares e discotecas são duas medidas mais, mas dentro das que se podem tomar não me parecem as mais relevantes. Acho que há que pôr o foco no sistema de saúde, precisamos de mais meios, mais pessoal qualificado e mais recursos. Senão vai ser impossível conter o vírus", explica Sandra Mir.
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Não há data prevista para o fim destas medidas e os empresários avisam que, se a situação se prolongar, podem estar em causa mais de 200.000 empregos e a sobrevivência de 25.000 empresas.
Os encontros familiares e as festas em bares e discotecas têm sido os dois principais focos dos novos surtos que têm aparecido. As novas medidas incluem também a recomendação de evitar ajuntamentos de mais de 10 pessoas.
Nos último dias Madrid tem sido a comunidade com mais casos em toda a Espanha. Esta quarta-feira, a capital acumulou 1.535 contágios de um total de 3.715 nas 24 horas anteriores.
Os números preocupam e esta semana, Madrid deu início a uma bateria de testes massivos de PCR nos bairros mais atingidos que são também alguns dos mais vulneráveis da capital. A ideia é que cerca de 6.000 pessoas sejam testadas de forma aleatória para identificar pacientes assintomáticos e detetar cadeias de transmissão.
Setembro será o mês chave para a contenção da pandemia e a pouco mais de duas semanas do inicio do ano letivo ainda não se sabe em que condições é que os madrilenos vão voltar às aulas. Sem protocolos, nem indicações claras, os professores ameaçam com greves nos primeiros dias do próximo mês.
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