Dois jornalistas da Reuters feridos e motorista morto em zona pró-russa de Donetsk
Os jornalistas foram assistidos num hospital da região.
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Dois jornalistas da agência noticiosa Reuters ficaram ligeiramente feridos esta sexta-feira no leste da Ucrânia, enquanto o seu motorista, proveniente da região controlada pelos separatistas russófonos, foi morto, anunciou a agência.
"Durante uma reportagem, dois jornalistas da Reuters foram ligeiramente feridos ao serem foram alvo de disparos quando se dirigiam para Severodonetsk", indicou um porta-voz.
O fotógrafo Alexander Ermochenko e o repórter de imagem Pavel Klimov "viajavam num veículo fornecido pelos separatistas e conduzido por um motorista disponibilizado pelos separatistas". "O motorista foi morto", acrescentou.
Ambos os jornalistas foram assistidos no hospital: Ermochenko devido a ferimentos causados por estilhaços e Klimov por ter fraturado o braço.
Na segunda-feira, Frédéric Leclerc-Imhoff, um jornalista que trabalhava para a cadeia televisiva francesa BFMTV foi morto no leste da Ucrânia por um fragmento de obus, quando acompanhava uma operação humanitária.
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo menos oito jornalistas já foram mortos no terreno no exercício da profissão, segundo um a contagem da ONG Repórteres sem fronteiras (RSF).
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas, de acordo com os dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados e de deslocados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou a morte de mais de 4100 civis e de quase cinco mil feridos na guerra, que esta sexta-feira assinala o seu 100.º dia, com a organização a admitir, no entanto, que estes números ficam aquém da realidade.