O republicano John Boehner pediu ontem à Administração de Barack Obama para estudar a suspensão temporária de voos com origem em países afetados pelo Ébola para evitar novos contágios.
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«Uma proibição temporal dos voos a partir de países afetados pelo vírus é algo que o Presidente deveria absolutamente considerar, a par de outras medidas, dado que crescem as dúvidas sobre a segurança do nosso sistema aéreo», afirmou o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, em comunicado.
Cerca de 30 deputados, quase todos republicanos, pediram nas últimas semanas a proibição de voos para os Estados Unidos procedentes dos países da África Ocidental mais atingidos pelo vírus.
«Os esforços devem continuar e a Câmara dos Representantes está preparada para atuar se for necessário a fim de garantir a contenção desta ameaça», disse o líder da câmara baixa do Congresso norte-americano na mesma nota.
Contudo, a Administração norte-americana reiterou hoje que a suspensão é uma possibilidade que não está, neste momento, sobre a mesa, referiu o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest após a videoconferência que o Presidente dos Estados Unidos manteve com os seus homólogos da Alemanha, França, Itália e Reino Unido para afinar a estratégia global contra o Ébola.
O diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Thomas Frieden, também deixou clara, por várias vezes, a sua oposição à ideia de «encerrar a fronteira» aos viajantes procedentes dos países mais afetados pelo Ébola por entender que seria «contraproducente» ao dificultar o controlo da epidemia nessas mesmas nações.
O alarme nos Estados Unidos tem crescido agudizado pela descoberta, em Dallas, do contágio de uma segunda enfermeira, a qual fez um voo regular entre Cleveland (Ohio) e a cidade do Texas quando já tinha sintomas.
A enfermeira foi ontem transferida para o Hospital Universitário Emory de Atlanta (Georgia), onde foram atendidas, em agosto, duas pessoas que superaram o vírus.
Amber Joy Vinson, de 29 anos, deu entrada, na noite de terça-feira, no Hospital Presbiteriano de Dallas, local onde recebeu assistência a primeira vítima de Ébola nos Estados Unidos, o liberiano Thomas Eric Duncan. Na mesma unidade hospitalar também se encontra internada a profissional de saúde Nina Pham, o primeiro caso de contágio no país.
O Hospital Universitário de Emory é um dos quatro hospitais norte-americanos dotado de uma sala de isolamento especializada para o tratamento de doenças altamente contagiosas. No mesmo centro, situado a escassos metros da sede dos Centros de Controlo de Doenças, foram tratados o médico Kent Brantly e a enfermeira Nancy Writebol.