Stuart Holland é economista, ex-conselheiro de Jacques Delors e de António Guterres, também amigo de Yanis Varoufakis.
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Stuart Holland acredita que o facto de o ministro alemão das Finanças não ter assento na cimeira de logo mais, pode ajudar a um acordo. "Parte da boa noticia é que a reunião é chefes de Estado e de governo e não ministros das Finanças, o que significa que Wolfgang Schauble não está presente".
A sua atitude perante a Grécia tem sido a de que é preciso assinar tudo, mesmo que a austeridade seja um pacto de suicida para o país. Para este professor da universidade de Coimbra, há duas figuras fundamentais nesta reunião, o primeiro-ministro de Itália e o presidente francês.
Stuart Holland justifica assim o que pensa. "Temos instrumentos que podem resolver esta crise sem aumentar a dívida nacional, sem garantias da Alemanha, sem transferências fiscais dos contribuintes alemães. Eu acredito que isso vai ficar claro com François Hollande e Matteo Renzi na reunião de hoje".
Instrumentos que há muito têm sido utilizados com sucesso, defende Stuart Holland. "O Banco Europeu de Investimento, que é três vezes maior do que o Banco Mundial, tem emitido este tipo de acções desde 1958, sem garantias nacionais, sem transferências fiscais, e não precisamos de rever tratados ou criar novas instituições, como propõe o senhor Juncker, para conseguir a recuperação europeia. e isso é vital para a Grécia".
Uma solução fundamental para a Grécia e não só. Stuart Holland defende que também beneficia outros países em crise, como Portugal.
"A Grécia não pode recuperar sem que o resto da Europa recupere. É vital para Portugal. Portugal não pode crescer se o resto da Europa não crescer". Stuart Holland, autor de um livro em parceria com Yanis Varoufakis, acredita na capacidade negocial do ministro grego das Finanças. Ele sabe melhor do que ninguém até onde pode ir a Europa, defende o professor de Coimbra.