Edward Snowden foi a estrela surpresa da sessão de perguntas e respostas de Vladimir Putin, esta manhã, na televisão russa. O asilado norte-americano, em Moscovo, quis saber como a Rússia protege a privacidade dos cidadãos.
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Foi para o fim que ficou a grande surpresa. Uma pergunta lançada ao presidente russo por Edward Snowden, o americano, colaborador da Agência Nacional de Segurança que revelou documentos da secreta americana, que ainda agora fazem manchetes.
À pergunta, Putin respondeu que «não», que os russos não têm ativa uma vigilância massiva como acontece nos Estados Unidos.
Antes, Putin tinha apelidado de «crime sério» o envio de militares ucranianos para o Leste daquele país. O presidente russo preferia ter visto o Governo ucraniano a tentar dialogar com os separatistas.
Na mesma resposta, Putin negou que Moscovo tenha forças militares em território ucraniano. «Uma ideia patética», disse o presidente. «Não há qualquer tipo de unidades russas na Ucrânia, nem forças especiais nem instrutores», realçou.
Ao todo, Putin esteve mais de três horas em frente às câmaras a receber telefonemas e videochamadas.
Aos teleespectadores disse que espera não ter de usar a força na Ucrânia, mas admitiu fazê-lo caso os russos que vivem no país vizinho fiquem em perigo.
Sobre as relações com a Europa, o presidente russo garantiu que as Nações europeias não têm alternativas ao gás importado da Rússia e que a Ucrânia é o elo mais perigoso dessa ligação. Sobre os Estados Unidos, Putin diz que as relações com aquele país já tinham azedado, ainda antes da crise na Ucrânia.
Para a NATO, deixou palavras duras. Argumentou que a organização está a tentar cortar o acesso dos russos a boa parte do Mar Negro. Afirmou também que foi por causa do alargamento da influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte que a Rússia anexou a Crimeia.
Vladimir Putin falou ainda das reuniões que hoje estão a decorrer em Genébra, entre os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia, apelidando o encontro de muito importante e já mais perto do fim garantiu que não pretende isolar a Rússia face às outras nações.