Embaixador israelita fala num "tempo de alegria", mas só fica "100% seguro" quando todos os reféns estiverem em Israel
À TSF, Oren Rosenblat deixa um aviso a Portugal, após reconhecimento do Estado da Palestina: "Não vamos esquecer esta ação muito triste"
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O embaixador israelita em Portugal afirma que o anúncio do acordo entre Israel e Hamas para a primeira fase do plano de paz para a Faixa de Gaza chega num "tempo de alegria", mas ressalva que o país só fica "100% seguro" quando vir os 48 reféns.
Numa reação ao acordo firmado entre Israel e o Hamas para a libertação dos reféns em Gaza e o recuo das forças israelitas para uma zona demarcada, Oren Rosenblat considera, em declarações à TSF, que esta é uma "boa notícia".
Adianta que os israelitas têm a "esperança" de que todos os reféns capturados pelo Hamas a 7 de outubro de 2023 possam "voltar em breve" para o país. E salienta que isto acontece na altura em que Israel celebra uma das festas hebraicas de outono, a Festa do Tabernáculo, que é sempre um "tempo de alegria".
Ainda assim, garante que os cidadãos só vão ficar "100% seguros" de que o Hamas vai, de facto, cumprir a medida quando todos os reféns "chegarem a Israel".
Revelando ainda que dos 48 reféns em Gaza, seis têm nacionalidade portuguesa, Oren Rosenblat lamenta que o Governo português tenha reconhecido o Estado da Palestina, uma ação que, avisa, Israel "não esquecerá".
"O Governo português decidiu reconhecer o Estado palestiniano. Isso é uma ação muito triste, que prolonga a guerra. Quando os terroristas do Hamas ouviram a declaração do Governo português e de outros Governo europeus, decidiram parar as negociações com Israel, porque pensam que triunfaram", atira.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que a primeira fase do seu plano de paz para a Faixa de Gaza foi aceite pelo Hamas, que libertará os restantes reféns, e por Israel, que retirará as suas forças para uma zona demarcada.
O embaixador desta, por isso, o "talento e a dedicação" do chefe de Estado dos EUA para "fazer a paz". "As pessoas de Israel consideram que ele deve ganhar o prémio Nobel da Paz", afirma. Revela, por isso, que Israel apoia a nomeação de Trump para o Prémio Nobel da Paz.
De acordo com o canal Al-Qahera News, ligado aos serviços de segurança egípcios, também os mediadores anunciaram a obtenção de um acordo entre Israel e Hamas, na semana em que passam dois anos do ataque do Hamas contra Israel, que desencadeou a ofensiva israelita em Gaza contra o movimento islamita palestiniano.
Os primeiros pontos do plano, apresentado na Casa Branca a 29 de setembro, incluem o fim da ofensiva israelita em Gaza e a libertação, no prazo de 72 horas, de todos os reféns do Hamas, vivos e mortos.
Delegações de Israel e do Hamas estão no Egito desde segunda-feira, onde negoceiam, com mediadores, os detalhes da implementação do plano de paz de 20 pontos elaborado por Trump para pôr fim à guerra em Gaza.
O plano de Trump inclui ainda o desarmamento do Hamas, a retirada de Israel do enclave, a formação de um Governo de transição na Faixa de Gaza e, a longo prazo, eventuais negociações para a criação de um Estado palestiniano — uma opção que, no entanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afastou.
O Hamas disse concordar com alguns dos pontos e que queria negociar outros, o que está a acontecer desde segunda-feira no Egito, e anunciou que já trocou com Israel listas de detidos a libertar.