"Free Palestine." Entre emoção e aplausos, palestinianos em Portugal passam de representação diplomática a embaixada
Cerimónia decorreu esta manhã e contou com a presença de vários embaixadores e diplomatas
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Entre aplausos e muitos convidados, entre eles Rui Tavares e Jorge Pinto, do Livre, e Bruno Dias, do PCP, a embaixadora da Palestina descerrou a nova placa que assinala a mudança de representação diplomática palestiniana para embaixada do Estado da Palestina.
Este momento surge depois do reconhecimento formal por Portugal do Estado palestiniano, nas Nações Unidas, a 21 de setembro.
A insígnia, que estava tapada com o Keffiyeh, o tradicional lenço que representa a luta e a esperança palestiniana, marca agora um novo momento nas relações com Portugal. Em declarações aos jornalistas, a embaixadora Rawan Sulaiman sublinha que, com a mudança da placa, abre-se "um novo capítulo nas relações".
"Deixa-me muito orgulhosa, apesar da dor, das perdas, e da situação devastadora na Palestina. Mas há sempre espaço e oportunidade para a felicidade e para estarmos orgulhosos", refere.
Ainda assim, Rawan Sulaiman frisa que este momento não significa o início de novas relações, mas, sim, um novo capítulo. "Estou muito feliz e orgulhosa por estar aqui a servir o Estado da Palestina em Portugal. Estamos agora a começar uma nova relação. Mas temos desfrutado de excelentes relações com Portugal desde os anos 80. A nossa representação tem estado aqui, a nossa bandeira tem estado ao vento em Lisboa há muitos anos", adianta.
A 21 de setembro, Portugal reconheceu oficialmente o Estado da Palestina, apelando a um cessar-fogo, que, entretanto, já foi assinado. No entanto, os ataques israelitas continuam na Faixa de Gaza e, por isso, a cerimónia de descerramento da nova placa terminou com gritos de "Libertem a Palestina".
A existência de uma embaixada apenas pode acontecer quando o país onde essa entidade se estabelece reconhece o representado como Estado soberano e o líder da representação diplomática como embaixador e representante oficial dos interesses do país de origem.
O embaixador tem a capacidade de negociar acordos e manter relações diplomáticas e institucionais, sendo que a embaixada é considerada território do país de origem (neste caso da Palestina), operando sob as leis desse país.
