Encontrados 26 corpos em incêndio florestal na Grécia. Autoridades suspeitam tratar-se de migrantes
Sobe para 28 o número de mortos numa nova vaga de incêndios, a segunda no espaço de um mês.
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Foram encontrados esta terça-feira 26 corpos num incêndio florestal que deflagrou no nordeste da Grécia, avançaram esta terça-feira os bombeiros.
Os corpos foram encontrados perto do parque nacional de Dadia, uma região que faz fronteira com a Turquia e que é um ponto de entrada frequente de migrantes, disse o porta-voz dos bombeiros Yiannis Artopios, em declarações aos jornalistas.
Como nenhum residente local foi dado como desaparecido, "a possibilidade de serem pessoas que entraram ilegalmente no país está sob investigação", disse Artopios.
A polícia grega ativou a Equipa de Identificação de Vítimas de Desastres do país para identificar os corpos, que foram encontrados no parque nacional de Dadia, na área de Avanta, na região nordeste de Alexandroupolis, disse Ioannis Artopios à televisão grega, porta-voz dos bombeiros.
Sobe então para 28 o número de mortos numa nova vaga de incêndios, a segunda no espaço de um mês, depois de um outro presumível migrante ter sido encontrado morto na área na segunda-feira.
Um pastor idoso foi também encontrado morto no norte de Atenas na segunda-feira.
As chamas continuaram a espalhar-se sem controlo no nordeste da Grécia, bem como nas ilhas de Evia e Kythnos e na região da Beócia, a norte de Atenas, no meio de uma mistura perigosa de ventos fortes e temperaturas até 41 ºC.
A Comissão Europeia mobilizou na segunda-feira 56 bombeiros, 10 veículos de apoio e duas aeronaves para ajudar a combater esta nova vaga de fogos, de acordo com um comunicado do organismo europeu. Além disso, uma equipa de bombeiros pré-deslocada por França já se encontra na Grécia, no âmbito do plano de preparação da UE para a época de incêndios florestais.
A assistência agora anunciada segue-se à resposta da UE à anterior ativação do Mecanismo de Proteção Civil da UE pela Grécia no mês passado, quando foram mobilizados nove aparelhos aéreos, 510 bombeiros e 117 veículos, bem como o serviço de cartografia por satélite do programa Copernicus, que continua a avaliar os danos no país.
"É uma situação semelhante à de julho", disse à AFP uma porta-voz dos bombeiros, referindo-se a uma vaga de incêndios em várias partes do país que deixou cinco mortos.
Mais de 60 incêndios deflagraram nas últimas 24 horas e seis países enviaram ajuda através do mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, disse o corpo de bombeiros.
Cerca de 120 bombeiros de Chipre, Roménia, República Checa, Croácia, Alemanha e Sérvia irão contribuir, disse o porta-voz dos bombeiros, Vassilis Vathrakogiannis, à TV estatal ERT.
Um novo incêndio eclodiu terça-feira num aterro sanitário na zona industrial de Aspropyrgos, perto de Atenas, cobrindo a área com uma nuvem negra nociva.
As autoridades fecharam o trecho mais próximo do anel rodoviário de Atenas e aconselharam os moradores a permanecerem em casa.
Outro incêndio eclodiu no Monte Parnitha, provocando evacuações.
Na noite de segunda-feira, foi ordenada uma evacuação no hospital de Alexandroupolis, uma cidade portuária no nordeste da Grécia localizada numa área onde os incêndios duravam pelo quarto dia. A guarda costeira disse que transferiu 65 pacientes para uma balsa que os esperava no porto da cidade.
Na ilha de Evia, perto da capital, as autoridades evacuaram na noite de segunda-feira a cidade industrial de Nea Artaki, onde o incêndio danificou explorações avícolas e suínas.
O incêndio perto de Alexandroupolis também ameaça o parque nacional de Dadia, uma das áreas protegidas mais importantes da Europa que abriga aves raras.
As temperaturas muito quentes e secas, que aumentam o risco de incêndio, persistirão até sexta-feira, segundo os meteorologistas.
*Notícia em atualização