Em nome da Turquia, Erdogan diz estar pronto "para fazer tudo" o que estiver ao seu alcance, incluindo conduzir "uma mediação" e uma "arbitragem justa", para afastar rapidamente o cenário de conflito na região.
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O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, lançou um processo de negociações com o movimento islamita palestiniano Hamas para conseguir a libertação dos reféns israelitas sequestrados pelo grupo, indicou esta quarta-feira à noite uma fonte oficial.
"Eles estão a negociar para obter a libertação dos reféns", declarou esta fonte, citada pela agência de notícias francesa AFP, confirmando uma informação da estação de televisão privada Habertürk.
Tradicionalmente próximo do Qatar, Erdogan manteve esta quarta-feira conversações com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e com o Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, informou a agência oficial Anadolu.
Em nome da Turquia, Erdogan diz estar pronto "para fazer tudo" o que estiver ao seu alcance, incluindo conduzir "uma mediação" e uma "arbitragem justa", para afastar rapidamente o cenário de conflito na região, declarou o chefe de Estado turco, citado pela Anadolu.
Apesar de uma aproximação iniciada há vários meses com Israel, Erdodan acusou esta quarta-feira este país de "não se comportar como um Estado" na Faixa de Gaza, onde o exército israelita vem lançando numerosos ataques e ameaça com uma operação terrestre.
Segundo o Governo israelita, quase 150 pessoas foram sequestradas em Israel pelo Hamas, que ameaçou na segunda-feira executar reféns como retaliação ao número crescente de ataques israelitas à Faixa de Gaza.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou a 7 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de 'rockets' e a incursão de rebeldes armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestiniano, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que o seu país está "em guerra" com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como movimento terrorista não só por Israel como pelos Estados Unidos e a União Europeia (UE), além de outros Estados.
Israel, que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água, combustível e eletricidade, confirmou até agora mais de 1200 mortos e 3700 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado palestiniano, o Ministério da Saúde local confirmou hoje que, em Gaza, os ataques da retaliação israelita provocaram pelo menos 1100 mortes e 5339 feridos.