Em entrevista à TSF, o embaixador norte-coreano em Madrid explica que o país intercedeu junto de António Guterres para evitar a atual crise, mas sem resultados.
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Kim Hyok-Chol contou que antes de avançar para os testes, o país escreveu ao secretário-geral da ONU pedindo-lhe que tentasse junto do Conselho de Segurança travar as manobras militares de americanos e sul-coreanos mas ninguém os escutou.
Os exercícios de Washington e Seul têm sido sempre encarados pela Coreia do Norte como manobras de guerra e que merecem, por isso, a resposta adequada. O representante coreano em Espanha diz que o lançamento dos mísseis, um deles intercontinental, e o teste nuclear no início desta semana foram a forma encontrada pelo regime para se defender das agressões americanas.
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À TSF, Kim Hyok-Chol garante que a Coreia do Norte não tem qualquer intenção de usar as armas nucleares de forma preventiva, mas se for invadida ou atacada não hesitará em responder. O diplomata reconhece que a situação na Península Coreana é muito tensa, lamenta que as Nações Unidas não tenham evitado esta crise e acusa o Conselho de Segurança de nunca ter ouvido o lado coreano e de se limitar a seguir as instruções de Washington.
Perante a afirmação da embaixadora americana na ONU de que Kim Jong-un está a implorar por guerra, Kim Hyok-Chol diz que os Estados Unidos também estão sempre a implorar por sanções e pouco têm conseguido com isso.
O diplomata recusa qualquer responsabilidade de Pyongyang na atual situação e diz que a solução depende unicamente dos Estados Unidos. "Se não houvesse americanos na Península Coreana porque é que precisaríamos desta crise?", pergunta.
O embaixador afirma ainda que o país não está preocupado com a possibilidade de a China se distanciar. A Coreia do Norte vai continuar o caminho que tem seguido sem se desviar do objetivo que é a criação de uma força nuclear robusta. O diplomata diz que esse objetivo está praticamente alcançado.
Perante a pergunta sobre se o país se prepara para lançar um novo míssil, como afirma a Coreia do Sul, o representante de Pyongyang em Espanha diz que nada sabe, mas, perante a insistência da TSF, acrescenta que o país vai ficar à espera das ações americanas para depois responder de forma proporcional.