Um relatório da unidade de crime económico e financeiro, citado pela imprensa espanhola, diz que o PP aceitou doações ilegais durante 18 anos.
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O caso foi denunciado em Janeiro, quando o jornal El País publicou notas do antigo tesoureiro do PP. Os apontamentos de Luis Barcenas apontavam para um esquema que a polícia espanhola diz agora ser prática corrente no partido de Mariano Rajoy.
Entre 1990 e 2008, os donativos superiores a 60 mil euros eram divididos em quantias mais pequenas, de forma a que não fosse detectada qualquer ilegalidade. A lei em vigor na altura em Espanha permitia aos partidos aceitar doações até esse valor, mas todas as ofertas que o ultrapassassem. eram consideradas ilegais.
Os donativos em causa, que o antigo tesoureiro do PP deposita em fatias mais pequenas, eram oriundos de grandes empresas.
O relatório da polícia agora tornado público diz que esta era uma prática comum. O Partido Popular e Luis Barcenas recorriam a ela de forma persistente, indo contra a lei do financiamento dos partidos em Espanha.
Até 2008, dizem as autoridades, o PP recebeu 21 donativos superiores ao limite legal, ofertas de empresas, com administrações ligadas ao PP e também ao PSOE, que assinavam depois contratos públicos.
Ainda assim, as autoridades não estabelecem uma relação directa entre o dinheiro oferecido aos populares e os contratos assinados com o estado espanhol. A polícia admite não dispor de dados suficientes para estabelecer essa ligação.