O ex-lider do PSOE não está de acordo com a decisão do partido para a votação que deverá eleger Mariano Rajoy chefe do Governo.
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O ex-líder do PSOE, Pedro Sánchez, renunciou este sábado em Madrid ao lugar de deputado para evitar a obrigação de respeitar a orientação de voto do seu partido e abster-se na votação que irá eleger Mariano Rajoy chefe do Governo.
"Compareço aqui para anunciar a minha renúncia como deputado", disse Pedro Sánchez numa conferência de imprensa convocada seis horas antes do início da sessão parlamentar (às 18:30, menos uma em Lisboa) que deverá investir Rajoy e a tempo de registar a sua renúncia nos serviços do Congresso de Deputados (parlamento).
Pedro Sánchez, recorde-se, defendeu com firmeza que o PSOE se devia abster a uma investidura de Mariano Rajoy, mas no início de outubro acabou por se demitir depois de uma corrente maioritária do seu partido ter decidido que os socialistas se deviam abster para evitar a marcação de novas eleições, as terceiras no espaço de um ano.
Ao renunciar ao lugar de deputado, o ex-líder do PSOE evita desobedecer à disciplina de voto decidida pela nova direção provisória dos socialistas e também uma possível suspensão da sua militância no partido que o afastaria da corrida ao lugar de secretário-geral, mais uma vez.
Pedro Sánchez considera que a disciplina de voto o coloca numa encruzilhada difícil de ultrapassar. "Abster-se significaria uma traição à palavra dada, votar não seria ir contra a decisão do partido", explicou.
Pedro Sánchez diz que não renuncia às ideias que defende, nem ao PSOE. Por isso, promete que, a partir de segunda-feira, vai ouvir os militantes, para recuperar o partido que quer que seja autónomo e aberto ao século XXI.
Mariano Rajoy deverá ser eleito este sábado, em Madrid, presidente do Governo espanhol com a abstenção dos deputados do PSOE, depois de ter perdido uma primeira votação, na quinta-feira, quando os socialistas votaram contra.
Hoje, na segunda votação o candidato a chefe do executivo só precisa da maioria simples do parlamento e a abstenção do PSOE deverá garantir o sucesso da sua investidura.