Margarida Salema, especialista em Direito Internacional, acredita que as autoridades do Equador acabarão por ter de entregar Julian Assange às autoridades britânicas.
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A professora Margarida Salema sublinhou que o Reino Unido não é obrigado a conceder um salvo-conduto a Julian Assange, que está na embaixada equatoriana em Londres e que recebeu esta quinta-feira asilo político no Equador.
Em declarações à TSF, esta especialista em Direito Internacional lembrou que o espaço ocupado pelas embaixadas é território inviolável, no entanto, perante a situação atual, não restará grande margem de manobra ao Equador.
Margarida Salema recordou casos de pessoas que chegaram a ficar anos refugiados em representações diplomáticas, contudo, lembrou que o Reino Unido «terá outras maneiras por via diplomática ou por outras menos ortodoxas» para informar o governo equatoriano de que não vai entregar este salvo-conduto.
«Não restará outra solução à embaixada que não entregar às autoridades» Julian Assange, que, na opinião desta especialista, está envolvido num caso delicado e bastante interessante do ponto de vista do Direito Internacional.
Esta docente da Universidade de Lisboa insiste que o desfecho deste caso passa por as autoridades britânicas arranjarem «formas diplomáticas» para resolver esta questão.
«O desfecho aponta mais no sentido de ele ser entregue às autoridades britânicas do que propriamente apanhar um voo para o Equador», concluiu.