Pedro Passos Coelho participa hoje em Bruxelas, pela primeira vez como primeiro-ministro, numa reunião dos chefes de Estado e Governo da UE, que será dominda pela crise grega.
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O primeiro-ministro português, que tomou posse terça-feira, deverá reafirmar aos parceiros europeus a determinação do novo Governo em cumprir o programa de assistência financeiro negociado pelo anterior executivo.
Essa intervenção deverá ser feita durante o jantar de trabalho que os 27 têm previsto a partir das 20h00 (19h00 de Lisboa) de hoje e em que um dos temas a tratar é precisamente os «desenvolvimentos mais recentes» na Zona Euro.
Enquanto que Portugal e Irlanda, países que também beneficiam de mecanismos de resgate financeiro são vistos como estando «no bom caminho», a Grécia continua a preocupar os europeus e também os mercados financeiros que receiam que o país está perto de uma situação de bancarrota.
Passos Coelho chega a Bruxelas ao final da manhã e reúne-se com Durão Barroso, cerca das 12h15 (11h15 de Lisboa) na sede da Comissão Europeia. No final desse encontro, o presidente da Comissão Europeia e o chefe do Governo português fazem declarações à imprensa, cerca das 13h15 (12h15 em Portugal).
A partir das 14h00 (13h00), Passos Coelho participa na cimeira dos líderes do Partido Popular Europeu (PPE), a família política europeia do PSD que antecede o início do Conselho Europeu.
Actualmente fazem parte do PPE 17 dos 27 membros do Conselho Europeu e no encontro deverão estar, entre outros, Nicolas Sarkozy (presidente da França), Angela Merkel (chanceler da Alemanha), Silvio Berlusconi (chefe do Governo da Itália) e Durão Barroso (presidente da Comissão Europeia).
A situação na Grécia deverá ocupar uma parte importante do jantar de hoje, esperando-se que os líderes europeus incentivem o primeiro-ministro grego a prosseguir com o pacote de medidas para reformar a economia do país, principalmente o programa de privatizações.
Antes de atribuir à Grécia mais 12 mil milhões de fundos de resgate para evitar que a Grécia vá à bancarrota, os credores exigem o aumento de receitas, que deverá ser feito através de novos impostos e de cortes orçamentais, para além de 50 mil milhões de euros resultantes de um programa de privatizações.
Os líderes europeus irão também «confirmar o acordo» sobre a nomeação do italiano Mario Draghi como próximo presidente do BCE que irá substituir Jean-Claude Trichet cujo mandato no cargo termina em Outubro próximo.
Os chefes de Estado e de Governo deverão ainda concordar que as negociações de adesão à UE da Croácia devem estar concluídas no final do corrente mês e indicar que o Tratado de adesão com este país deve ser assinado até ao final do ano.
Os 27 irão debater se devem alterar a sua política de migrações na sequência da pressão exercida nas fronteiras externas da UE nos últimos meses com milhares de pessoas a tentar entrar na UE a partir do norte de África.
Este Conselho Europeu marca os últimos dias da presidência da Hungria da UE que a partir de 1 de Julho é substituída pela Polónia.