Os Estados Unidos e a União Europeia manifestaram hoje preocupação com a ameaça síria de recorrer a armas químicas em caso de intervenção militar externa. Washington sugeriu ao regime de Damasco para «não pensar nem um segundo» em fazê-lo.
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Os sírios «não devem pensar nem um segundo em usar armas químicas», declarou aos jornalistas o porta-voz do Pentágono, George Little, considerando essa eventualidade como «inaceitável».
Reconhecendo pela primeira vez publicamente que a Síria possui armas químicas, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, Jihad Makdessi, afirmou hoje que «nenhuma arma química ou não convencional será usada contra os cidadãos sírios».
«Essas armas só serão utilizadas em caso de agressão estrangeira», adiantou.
«Quando as armas químicas são referidas na imprensa pelos responsáveis sírios, isso causa inquietação», afirmou Little.
«Opomo-nos firmemente - e é um eufemismo - a qualquer reflexão que leve à justificação do uso deste tipo de armas pelo regime sírio», acrescentou.
O chefe da diplomacia britânica, William Hague, considerou «inaceitável» a ameaça de Damasco.
«É inaceitável dizerem que podem usar armas químicas, seja em que circunstância for», disse Hague no final de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) em Bruxelas.
O seu homólogo alemão, Guido Westerwelle, afirmou que «ameaçar recorrer a armas químicas é monstruoso», acrescentando que isso mostra a atitude «desumana» do regime de Bashar al-Assad.
Em comunicado, Westerwelle apelou a «todas as autoridades na Síria para garantirem de forma responsável a segurança do 'stock' de armas químicas».
«Essas instalações são alvo de uma vigilância particular», advertiu o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius.
Numa declaração adotada hoje, a UE afirmou-se «profundamente preocupada» com o possível recurso a essa armas.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou que a existência de armas químicas em qualquer zona de conflito constitui «motivo de inquietação».
«Que eu saiba, não há qualquer motivo no imediato para preocupação com a deslocação de armas desse tipo», disse Ashton, em conferência de imprensa, após a reunião dos 27. Mas, a responsável europeia admitiu que «é difícil obter informações», sobre o que se passa na Síria.