A embaixadora norte-americana na ONU pediu esta terça-feira uma reunião de urgência para analisar os protestos no Irão. A Administração Trump aumentou hoje o apoio aos manifestantes no país.
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"As liberdades consagradas na Carta das Nações Unidas estão a ser atacadas no Irão", afirmou a embaixadora do país na ONU, Nikky Haley, em declarações aos jornalistas.
Segundo Haley, a ideia é que haja também outra reunião de urgência no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, para analisar o mesmo tema.
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A Administração Trump aumentou hoje o apoio aos manifestantes no Irão, apelando ao Governo para que deixe de bloquear o Instagram e outras redes sociais enquanto encoraja os iranianos a usar software especial para contornar as proibições.
Após vários dias de tweets do Presidente norte-americano, Donald Trump, a torcer pelos manifestantes iranianos e a declarar que "está na altura de uma mudança", o Departamento de Estado foi mais longe, argumentando que os Estados Unidos têm "o dever de não ficarem parados a assistir".
O subsecretário de Estado, Steve Goldstein, encarregado da diplomacia pública, declarou que os Estados Unidos querem que o Governo iraniano "abra esses sites", incluindo a plataforma de partilha de fotografias Instagram e a aplicação de mensagens Telegram.
"Elas são vias legítimas de comunicação (...) As pessoas no Irão deveriam poder aceder a esses sites", sustentou Goldstein.
Esta tomada de posição da Administração Trump - num claro afastamento em relação à abordagem do Presidente Barack Obama - surgiu depois de ter iniciado uma campanha de demonstração de apoio ao povo iraniano que protestava contra o Governo devido a corrupção, má gestão e problemas económicos.
Teerão culpou os Estados Unidos, a Arábia Saudita e o Reino Unido por fomentarem os protestos, que apelidou como obra de "inimigos estrangeiros do Irão".
As manifestações que duram há seis dias são as maiores no Irão desde as suas disputadas eleições presidenciais, em 2009, e alastraram a várias cidades do país, fazendo pelo menos 21 mortos e centenas de detidos.