Os democratas norte-americanos esperam que o vice-presidente Joe Biden consiga, no primeiro debate com o candidato republicano Paul Ryan, um desempenho melhor que o do presidente Obama, que renovou o ímpeto da candidatura de Romney.
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Na quinta feira, dia 11, é a vez do senador democrata e do congressista republicano esgrimirem argumentos, num frente a frente com interesse renovado depois da derrota, na quarta feira em Denver, do presidente democrata no primeiro de três debates com Mitt Romney.
Biden «precisa de ser o atacante, manter o pé no acelerador», afirmou Chris Lehane, ex-assessora das campanhas presidenciais democratas de Bill Clinton e Al Gore.
Estes princípios, adiantou ao jornal The Hill, «até certo ponto não foram obedecidos» por Obama durante o debate com Romney, que no final, de forma praticamente unânime, foi considerado vencedor pela opinião pública e comentadores.
Também para a estratega democrata Karen Finney, o principal potencial do único debate vice-presidencial é «tolher o momento de Romney», ganho com o debate.
Antes do debate Obama-Romney, o presidente democrata gozava de uma vantagem de 4 por cento, na média das principais sondagens, calculada pelo site Real Clear Politics.
Com duas sondagens (Gallup e Rasmussen) a refletirem já entrevistas feitas na quarta feira e quinta feira, a vantagem caiu para 3,2 pontos.
O debate visto por mais de 60 milhões de espetadores, em que Obama foi acusado, mesmo pelos seus apoiantes, de ser pouco agressivo e não usar muitos argumentos fortes contra Romney, veio dar também novo ânimo à campanha republicana, que nas últimas semanas vinha lidando com afirmações polémicas do candidato, frequentemente à defesa.
Enquanto Obama tinha a preocupação de manter um ar presidencial e respeitoso durante o debate, o mesmo não se aplica a Joe Biden, pelo que se espera que o debate seja mais vivo e disputado, embora a audiência seja muito inferior.
Dando o mote para o encontro de vice-presidentes, e justificando as dificuldades que demonstrou, na quinta feira Obama veio acusar Romney de ter mentido durante o debate.
«O verdadeiro Romney percorre todo o país desde o ano passado e promete cinco mil milhões de dólares de perdões fiscais que beneficiam os mais ricos (?) dizia que não havia necessidade de mais professores nas nossas escolas, mas o indivíduo que participou no debate disse que gostava dos professores», disse.
«O homem que esteve ontem à noite no debate não quer assumir a responsabilidade daquilo que o verdadeiro Romney diz desde o ano passado», adiantou Obama.
No debate, centrado na economia e futuro da classe média, Romney acusou Obama de querer «mais governo, mais gastos, mais impostos, mais regulação», o que já «esmagou a classe média» nos últimos 4 anos.
Com elevado desemprego e crescimento lento, Romney acusou Obama de levar o país «pelo caminho de Espanha», cujo governo gasta o equivalente a 42 por cento do PIB e de ter insistido na reforma do sistema de saúde (conhecido por Obamacare), à custa da criação de emprego.
«Não sei como o presidente pode ter chegado ao posto, com 23 milhões de pessoas sem emprego, desemprego a subir, uma crise económica na sala das pessoas e despender a sua energia e paixão por dois anos a lutar pelo Obamacare em vez de lutar por empregos. Matou empregos», disse Romney.
O Departamento do Trabalho norte-americano trouxe na sexta feira boas notícias à campanha de Obama, anunciando que a taxa de desemprego caiu para 7,8 por cento em setembro, desde que o democrata chegou à Casa Branca.