Em declarações à TSF, Pedro Marques explica que se por um lado "é importante que os bancos estejam sólidos", por outro "é importante que as pessoas vejam as taxas de juro dos seus depósitos a subirem".
Corpo do artigo
Os eurodeputados socialistas Pedro Marques e Margarida Marques reuniram-se esta segunda-feira com Christine Lagarde para pedir que o Banco Central Europeu (BCE) pare o aumento das taxas de juro. Em declarações à TSF, Pedro Marques, que recusou adiantar qual foi a reação da presidente do BCE ao apelo, defende que este é o momento certo para travar a subida.
"O BCE já aumentou muito as taxas de juro e nós não temos uma política inflacionista da parte dos Estados europeus e, portanto, a inflação já começou a cair de forma significativa. Este é mesmo o momento, em particular a seguir ao verão, para parar e dar espaço para ver os efeitos de tudo o que já foi feito na inflação e não continuar a fazer as famílias e as próprias empresas sofrer com mais aumentos dos juros", explicou o eurodeputado que integrou a missão da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.
TSF\audio\2023\07\noticias\10\pedro_marques_lucros
Sublinhando que "houve de facto um crescimento significativo dos lucros ao mesmo tempo que a inflação subiu", o socialista explica que se por um lado "é importante que os bancos estejam sólidos", por outro "é importante que as pessoas vejam as taxas de juro dos seus depósitos a subirem e não só as dos empréstimos".
"Os bancos tiveram de facto aqui um aumento de lucros para estabilizarem depois da crise de Covid-19, e percebemos que tenha acontecido, (...) mas pessoas querem saber que os bancos ficam de facto mais sólidos e não ficam apenas mais sólidas as contas bancárias dos seus acionistas que recebem os dividendos", continuou.
TSF\audio\2023\07\noticias\10\pedro_marques_taxas_de_juro
O eurodeputado, que insiste ter dado conta a Christine Lagarde de que os bancos devem desempenhar um papel importante na ajuda às famílias, realça o trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu neste sentido.
"Posso-lhe dizer que, como sempre, o BCE mantém um nível de escrutínio regular com o Parlamento Europeu, que é de facto a entidade que nos termos dos tratados pode e deve escrutinar o trabalho do BCE e neste diálogo permanente que temos, hoje [segunda-feira passamos essa mensagem muito clara", concluiu.
*com Cláudia Alves Mendes