Ex-embaixador Martins da Cruz diz que alegado ataque ucraniano contra residência de Putin perturba negociações de paz

Foto: Jakub Porzycki/NurPhoto via AFP (arquivo)
Para António Martins da Cruz, não será surpreendente se o Kremlin utilizar o alegado bombardeamento como argumento, principalmente para ganhar a simpatia dos Estados Unidos. Na TSF, o antigo embaixador defende a situação que perturba as negociações de paz
O ex-embaixador António Martins da Cruz considerou esta segunda-feira que o alegado ataque ucraniano contra uma das residências de Vladimir Putin pode perturbar as negociações de paz entre os dois países.
"Neste momento nós não sabemos exatamente o que é que aconteceu, porque ambos querem desculpar-se e dizer que os objetivos que atingiram não foram objetivos não estratégicos. Estamos numa situação difícil. Agora, é evidente que este facto pode prejudicar futuras negociações ou pode atrasar a altura em que todos se vão sentar à mesma mesa para começarem as verdadeiras negociações de paz", reagiu António Martins da Cruz, em declarações à TSF.
Para António Martins da Cruz, não será surpreendente se o Kremlin utilizar o alegado bombardeamento como argumento, principalmente para ganhar a simpatia dos Estados Unidos.
"Não sabemos exatamente o que é que aconteceu, porque a Rússia diz que houve um bombardeamento, a Ucrânia nega, como uma tentativa de procurar arranjar argumentos para contrariar as conversas positivas que terão havido em Miami ontem. Não é de estranhar que estes argumentos sejam utilizados."
A Rússia acusou esta segunda-feira a Ucrânia de ter lançado, durante a noite, um ataque com 91 drones contra a residência do Presidente russo, Vladimir Putin, em Novgorod, já desmentido pelo líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Perante este ataque, a diplomacia russa já avisou que poderá rever a posição nas negociações para pôr fim ao conflito na Ucrânia, mas Kiev desmentiu a informação, acusando Moscovo de insistir numa estratégia de desinformação.
