A Amnistia Internacional acusa, num relatório divulgado hoje, em Beirute, o exército da Síria de estar a utilizar a fome como «arma de guerra», sobretudo no campo de refugiados palestinianos de Yarmouk, perto de Damasco.
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A organização internacional alerta que mais de 200 pessoas já morreram por carências e má nutrição, das quais 128 de fome, depois de o exército sírio ter bloqueado a entrada de alimentos e medicamentos para os civis em Yarmouk.
«A vida em Yarmouk está a ser cada vez mais insuportável para os civis, desesperados e a morrer de fome», sublinhou Philip Luther, responsável pela Amnistia Internacional no Médio Oriente, dando como exemplo famílias que já não têm acesso a fruta e legumes e estão a alimentar-se de cães e gatos.
Entre os que morreram de fome contam-se 18 crianças, segundo a Amnistia Internacional.
O exército sírio cercou e transformou Yarmouk, a sul de Damasco, num campo de batalha, na tentativa de expulsar os combatentes rebeldes, atingindo cerca de 170.000 civis, o que, para a Amnistia Internacional, constitui um «crime de guerra».
Em três anos de conflito, a Síria contabiliza oficialmente meio milhão de refugiados palestinianos.