Exército ucraniano quer mobilizar até 500 mil pessoas para luta contra invasão russa
Zelensky afirma que precisa de "mais argumentos para apoiar esta ideia" porque se trata de um "número muito importante".
Corpo do artigo
O Exército ucraniano, a debater-se com a necessidade de encontrar voluntários, propôs mobilizar "450 mil a 500 mil pessoas" para continuar a lutar contra a invasão russa, avançou esta terça-feira Presidente da Ucrânia, admitindo, porém, que ainda não tomou uma decisão.
O comando militar "propôs a mobilização de 450 mil a 500 mil pessoas", disse Volodymyr Zelensky, durante uma conferência de imprensa em Kiev, acrescentando que precisava de "mais argumentos para apoiar esta ideia" porque se tratava de um "número muito importante".
Na mesma conferência de imprensa, Zelensky saudou "uma enorme vitória" do Exército ucraniano sobre a Rússia no mar Negro, que permitiu estabelecer desde agosto um "corredor marítimo" para exportação de mercadorias.
"Isso está integrado na nossa operação no sul", prosseguiu o líder ucraniano, lembrando ainda as ameaças russas de bombardeamentos e a suposta superioridade marítima da frota russa.
Zelensky também anunciou que a Ucrânia vai receber "diversos" novos sistemas antiaéreos Patriot.
"Não vou fornecer o número, mas diversos sistemas Patriot serão enviados à Ucrânia para proteger o nosso país durante o inverno", indicou, num momento em que Kiev se inquieta sobre uma redução da ajuda militar ocidental.
Numa referência à situação interna nos Estados Unidos, até ao momento o principal aliado de Kiev, Zelensky afirmou acreditar que os Estados Unidos "nunca trairão a Ucrânia", mas admitiu que um possível regresso de Donald Trump à Casa Branca (Presidência norte-americana), a menos de um ano das presidenciais norte-americanas de 2024, poderá ter "um forte impacto" no desenrolar do conflito.
"Se a política do próximo Presidente qualquer que seja, é diferente face à Ucrânia, mais fria, ou mais económica, então penso que esses sinais terão um impacto muito forte sobre o decurso da guerra", declarou, após ter admitido que Trump irá conduzir "sem dúvida uma política diferente".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.