"Extremamente dramático." Preços do petróleo vão deixar "economias sob grande pressão"
Muitos dos países têm custos de produção altíssimos, e, "se estes preços a que estão a ser vendidos os barris de petróleo se mantêm baixos, essas economias vão ficar sob grande pressão", aponta o diretor geral da corretora Infinox.
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Na segunda-feira negra, o preço do petróleo registou a maior queda dos últimos 30 anos, na sequência de a Arábia Saudita ter começado uma guerra de preços no mercado dos combustíveis. O caos nos mercados gerou quedas violentas também ao nível das ações e das matérias-primas.
Para Tiago Cardoso, diretor geral da corretora Infinox, esta conjuntura, aliada ao risco crescente que representa o Covid-19, resulta numa "situação extremamente dramática". Tiago Cardoso explica à TSF que "já estamos a ver um impacto nas bolsas", que "estão a acompanhar uma queda muito agressiva que o preço do petróleo está a ter".
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"Já temos uma queda de 30% hoje na abertura dos estudos do petróleo", com preços a rondar os "27 dólares por barril". Este impacto será especialmente preocupante "na economia dos países produtores, países que estão dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC+), que são 14 membros e dez aliados".
Tal acontece, justifica o diretor geral da Infinox, porque "muitos desses países têm custos de produção altíssimos", e, "se estes preços a que estão a ser vendidos os barris de petróleo se mantêm baixos, essas economias vão ficar sob grande pressão".
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"Estamos a falar de países mais vulneráveis, como é o caso de Angola e da Nigéria. São países que não conseguem aguentar durante muito tempo uma queda assim." Tiago Cardoso reforça que "as exportações de petróleo pesam muito nestas economias", numa altura em que a Arábia Saudita acaba por "roubar poder de produção a estes países".
Nesta segunda-feira negra, as bolsas europeias caíram a pique e Wall Street foi mesmo suspensa durante 15 minutos.