A decisão foi adiada. A maioria dos ministros do Interior da União Europeia quer distribuir mais 120 mil refugiados pelos Estados-membro mas a luz verde para o plano resvalou para 8 de outubro.
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A ministra portuguesa da Administração Interna admitiu esta segunda-feira à noite, em Bruxelas, que Portugal até apoiou a proposta apresentada pela Comissão Europeia, para a recolocação de 120 mil refugiados, mas não foi possível ainda chegar a acordo a 28.
Em conferência de imprensa, o ministro luxemburguês da Imigração, Jean Asselborn, sublinhou que a "larga maioria" de países que "deu o aval" para um "acordo de princípio" mas atirou para "o início de outubro", o ministro luxemburguês espera que aí sejam "acordados os números" quanto à proposta para a recolocação dos refugiados.
Falando no final da reunião extraordinária de ministros do Interior da União Europeia (UE) a ministra Anabela Rodrigues garantiu que Portugal "manifestou desde o primeiro momento disponibilidade para participar no esforço de acolhimento dos refugiados". Anabela Rodrigues disse ainda que a proposta da Comissão seria aceite por Portugal, mas uma decisão jurídica da União ficou adiada, previsivelmente para 08 de outubro.
Apesar do adiamento da decisão a ministra rejeitou que se esteja a assistir a mais um falhanço da UE, considerando que a União "está a dar passos seguros, firmes", e a "caminhar no sentido de encontrar a melhor solução".
Segundo Asselborn, esta segunda-feira poderá ter sido o "início para começar formalmente o processo" nomeadamente na definição de países seguros, uma lista que deve deixar a Turquia de fora devido à situação vivida com os curdos.
O governante lembrou estarem em cima da mesa dois textos acerca da recolocação de refugiados, informando que os ministros adotaram hoje formalmente a recolocação dos 40 mil refugiados, alvo de compromisso em julho e de luz verde do PE na semana passada.
"É uma mensagem política muito importante", resumiu acerca do acordo sobre o menor número de pessoas a distribuir pelo espaço comunitário.
Neste conselho, os ministros deram resposta positiva aos pedidos de ajuda da Grécia para fazer face à situação dos refugiados no seu território, assim como decidiram aumentar o auxílio ao trabalho feito pelas Nações Unidas nos campos de refugiados junto da Síria.
Dimitris Avramopulos, comissário europeu para a Imigração, indicou, por seu lado, que "a maioria estava pronta para avançar, mas não todos".
O responsável pela comissão de migração e asilo do Parlamento Europeu, Claude Moraes, anunciou hoje a falta de acordo para responder à crise dos refugiados pela União Europeia e avisou que o "tempo se está a esgotar".
"O tempo está a esgotar-se, a reunião de 08 de outubro é a última oportunidade para a União Europeia acordar uma resposta organizada para a maior crise de refugiados desde a segunda Guerra Mundial", afirmou o responsável, num comentário ao conselho extraordinário de ministros da Justiça e do Interior, em Bruxelas.
Segundo Claude Moraes, "é vergonhoso que alguns dos países mais ricos do mundo não se possam unir e ajudar aqueles que estão a fugir da guerra e das perseguições na Síria e em outros locais".
A decisão de fechar as fronteiras foi vista como uma consequência de os países estarem "relutantes em mostrar solidariedade na resposta para a crise".