Cristina Amaral, chefe do serviço de emergência da FAO, pede ajuda imediata para as populações na Somália para que possam permanecer no país e manter os seus meios de existência.
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A Agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) quer mais do que ajuda humanitária de emergência para a população do Corno de África, onde cerca de 12 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome e pela seca.
Ouvida pela TSF, uma das responsáveis da FAO alertou para a necessidade de serem disponibilizadas verbas para que as populações não sejam obrigadas a abandonar as aldeias e as terras.
A portuguesa Cristina Amaral diz que é «preciso imediatamente ajudar as populações que estão na Somália para que possam permanecer na Somália e manter os seus meios de existência, essencialmente os seus animais».
A chefe do serviço de emergência da FAO chamou ainda à atenção para a necessidade de dar alimentação a estes animais que estão a perder valor nos mercados.
Neste momento, uma cabra que era transaccionada por 250 quilos de sorgo não vale agora mais que 40 quilos deste cereal base da alimentação da Somália.
Cristina Amaral explicou ainda que é preciso empregar esta população em projectos de mão-de-obra intensiva, como a manutenção do sistema de irrigação, que «permitem injectar dinheiro nessas comunidades».
«Se as pessoas tiverem acesso a uma fonte de rendimento, os mercados na Somália funcionaram sempre. Se há uma coisa em que os somalis são excelentes é no comércio», frisou esta responsável da FAO.
Cristina Amaral, que entende ainda como necessário enviar sementes para as culturas de Outubro na esperança de uma época de chuvas, garantiu ainda que a FAO está preparada para ajudar as populações.
«A situação pior é no interior do sul da Somália. A FAO tem estado sempre presente e continuado a ter actividades e está pronta para fazer uma mobilização acelerada e para poder chegar à maior parte das populações dentro da Somália», concluiu.