Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 200 estão desaparecidas, anunciaram as autoridades, num novo balanço. Já foram resgatadas 189 pessoas.
Corpo do artigo
De acordo com o jornal Globo, o último balanço do Corpo dos Bombeiros, emitido às 1:30 (03:30 em Lisboa), elevou para nove o número de mortos e até 300 o números de desaparecidos no desastre. Já foram resgatadas 189 pessoas.
A rutura das três barragens, esta sexta-feira, em Brumadinho, Belo Horizonte, no Brasil deixou apanhou completamente de surpresa os funcionários da VALE, empresa de mineração proprietária da estruturas.
Um dos sobreviventes deste acidente gravou um testemunho momentos depois da rutura no qual fala de uma "avalanche."
"A barragem veio como uma avalanche, foi comendo todo o mundo. Saiu comendo todo o mundo. Vai ser notícia no mundo todo. Foi pior que Mariana. Saiu comendo todo o mundo. Uma coisa de loucos, se não tivesse apanhado a camioneta tinha morrido", conta o homem não identificado que tinha estado, momentos antes, na área apanhada pelas torrentes.
TSF\audio\2019\01\noticias\25\sobrevivente_1
"Eu sai do refeitório e vi aquela onda. Se não fosse a camioneta tinha morrido", revela.
"Trabalho aqui na Vale", explica o homem, que arriscou mesmo lançar um número de vítimas: "devem ter morrido mais de mil pessoas." O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo, confirmou que já foram recuperados sete corpos.
TSF\audio\2019\01\noticias\25\sobrevivente_2
Bolsonaro já admitiu que tragédia pode ser pior do que aquilo que se pensa. Também o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, já garantiu que vai fazer o possível e impossível para ajudar as vítimas.
"É algo além e acima de qualquer coisa que pudesse imaginar. Quero dar conta da minha solidariedade. A Vale inteira vai fazer o possível e impossível para ajudar as pessoas atingidas. Dói-me a alma. Tudo o que não queria na minha vida é que algo do género acontecesse", lamentou o presidente da empresa mineira.
Seis municípios brasileiros já emitiram um alerta no qual pedem às populações que se mantenham longe do leito do rio que atravessa parte do Estado de Minas Gerais, com receio de que ocorra uma subida do nível das águas.
Bastonário dos engenheiros fala em acidente evitável
Este tipo de barragens tem, como explicou o bastonário da Ordem dos Engenheiros à TSF, o objetivo de guardar os resíduos que resultam da exploração de minérios. Mineiro Aires explica que o tipo de incidente que esta sexta-feira se verificou pode ser evitado.
"Há sistemas de monitorização e sistemas de observação que permitem ver o comportamento da barragem em si e da estrutura que comporta o que está armazenado, quer seja água, quer seja lamas. Percebe-se perfeitamente se a barragem está estável, se está em risco, se está a mexer, se está a entrar em fissuração. Por vezes há um desinvestimento, há falta de atenção e esses acidentes, normalmente, fazem-se anunciar", explica.
O bastonário explica que "é muito raro" que fenómenos destes aconteçam subitamente. Entre os sinais de alarme estão "fissuras e infiltrações", aos quais por vezes não se presta a devida atenção. "De repente, a bomba rebenta. É uma bomba que está ali. Foi o que aconteceu."
Leia mais:
- Barragem rebenta no Brasil e arrasta várias casas
*Notícia atualizada às 08:00 de dia 26 de janeiro de 2019