A França apelou, este domingo, à calma e a medidas para evitar a violência na República Democrática do Congo, onde «a situação é explosiva» desde o anúncio do resultado das eleições.
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«A situação é explosiva. Tenho perfeita consciência, porque a tentação do recurso à violência é extremamente forte, e nesse sentido estamos a fazer os possíveis para o evitar», disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Alain Juppé, à Rádio France International, à televisão TV5-Monde e ao jornal Le Monde.
«Temos dificuldade em ter uma ideia precisa da forma como estas eleições decorreram», disse o ministro, evocando as críticas dos observadores internacionais, que consideraram que os resultados que apontam a reeleição do Presidente Joseph Kabila «carecem de credibilidade».
Juppé acrescentou que, nas últimas semanas, a França tem «passado a mesma mensagem aos partidários de Kabila e aos do seu adversário Etienne Tshisekedi: não recorram à violência, encontrem uma solução através do diálogo».
«Infelizmente não estamos a ser escutados, para já», acrescentou, convidando a União Africana e as outras organizações regionais a «acentuarem as pressões» sobre os actores políticos congoleses.
A violência pós-eleitoral na República Democrática do Congo fez quatro mortos em Kinshasa, onde a situação permanece tensa desde o anúncio, na sexta-feira, dos resultados das presidenciais de 28 de Novembro.
A comissão declarou Kabila vencedor com 48,95 por cento dos votos, uma larga vantagem em relação ao seu principal adversário, Etienne Tshisekedi, que obteve 32,33 por cento.