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Emmanuel Macron
O Executivo francês prevê recuperar até 2022 os níveis de atividade anteriores à crise e evitar o aumento de desemprego. Trata-se do maior investimento de dinheiro público alguma vez feito em França.
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O Governo francês apresentou esta quinta-feira um plano de recuperação económico no valor de cem mil milhões de euros. O plano define três prioridades: reconquistar o setor industrial, garantir a transição energética e criar empregos.
Em plena crise sanitária e depois do confinamento obrigatório, Emmanuel Macron quer "relançar o país" e "preparar a França de 2030". O Governo francês quer apostar no futuro e, simultaneamente, aliviar os franceses da atual crise.
O confinamento obrigatório teve "resultados sanitários incontestáveis, mas paralisou e arrastou muitos países para uma das maiores depressões históricas desde 1929", descreveu Jean Castex.
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Após meses de trabalho e discussões com as organizações patronais, sindicatos, economistas, o projeto final foi revelado esta quinta-feira pelo primeiro-ministro francês, Jean Castex. Este é o maior investimento de dinheiro público alguma vez feito em França com vista a relançar a economia do país: cem mil milhões de euros, o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto francês. Um valor que resulta de uma combinação de gastos e incentivos fiscais, quatro vezes superior à quantia que a França gastou para enfrentar a crise financeira de 2008, detalhou Jean Castex.
"O plano de recuperação da economia prevê atenuar ao máximo, para as empresas e trabalhadores, em extensão às medidas que já foram tomadas, os efeitos da recessão económico, mas também combater e reduzir os efeitos da crise no nosso pacto social e territorial, ao desbloquear meios para todas as pessoas mais ameaçadas: os jovens, os precatórios, as pessoas com incapacidade... As pessoas mais afetadas por esta crise. E queremos acelerar a transformação da nossa economia", descreveu o chefe de Governo, Jean Castex.
O Executivo francês prevê recuperar até 2022 os níveis de atividade anteriores à crise e evitar o aumento de desemprego, que pode chegar ao número de 800 mil neste ano. "Queremos criar 160 mil empregos em 2021", detalhou Castex, pedindo às empresas francesas que façam esforços neste sentido.
"Este é o plano de recuperação mais massivo anunciado na Europa para combater a crise", sublinhou o chefe de Governo francês, garantindo que "os cem mil milhões são investidos para voltar a ter uma França forte até 2022. Um objetivo ambicioso, mas possível de realizar."
O plano apresenta duas ambições: salvar e criar postos de trabalho, mas também que os cem mil milhões de euros sejam recuperados no PIB dentro de cinco anos, garantindo assim que dívida pública de 120% do PIB volte a baixar.
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