Fugas no Nord Stream: jornal sueco divulga imagens e polícia dinamarquesa confirma explosões
Moscovo acusa o ocidente de estar a "manipular" a investigação ao sucedido e lamenta não ter lugar no grupo de investigações.
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Pelo menos 50 metros do Nord Stream 1 terão sido destruídos, no final de setembro, aquando da suposta sabotagem que atingiu o gasoduto. O jornal sueco Expressen publicou, esta terça-feira, imagens de um buraco no equipamento em que são visíveis pedaços de metal destruído.
As imagens foram captadas na segunda-feira a uma profundidade de cerca de 80 metros por um drone subaquático e mostram um dos quatro pontos em que ocorreram fugas de gás, explicam os suecos.
O piloto de drones da norueguesa Blue Eye Robotics, responsável pelo drone, garante que "só uma força extrema podia retorcer metal tão espesso" e adianta que é possível ver, no fundo do mar, o "grande impacto" do que terá sido uma explosão.
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A polícia dinamarquesa confirma, num relatório preliminar, que os danos no gasoduto resultam de "explosões fortes" - uma hipótese que já tinha sido levantada pelas autoridades suecas -, mas não refere a autoria das mesmas.
De acordo com a Guarda Costeira da Suécia, citada pela AFP, só na sexta-feira é que a última fuga de gás deixou de ser visível à superfície do Mar Báltico,
O Kremlin, pelo porta-voz Dmitri Peskov, defende que a investigação está a ser "manipulada" para culpabilizar a Rússia pelas explosões, o que considera " um absurdo" porque "a Rússia não faria explodir o seu próprio gasoduto".
Moscovo acusa os países ocidentais de estarem por detrás das explosões que causaram as fugas nos dois gasodutos, que não estavam em funcionamento no momento dos incidentes, mas que ainda continham gás.
"Só podemos lamentar que toda a investigação esteja a ocorrer num grupo muito, muito pequeno (...) sem a participação da Rússia, que é coproprietária do gasoduto", lamentou também Peskov. A Rússia abriu uma investigação própria ao sucedido e, embora não possam ir investigar ao local, Peskov garante que os funcionários russos estão "a fazer o seu trabalho".
As fugas foram detetadas no final de setembro.