Capitalismo e ganância. As duas palavras ditas pelo primeiro-ministro britânico podem perturbar o processo de vacinação no país, um dos mais bem-sucedidos do mundo.
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Num encontro com membros do partido conservador Boris Johnson explicou que o sucesso do plano de vacinação no país se deve a dois fatores: capitalismo e ganância.
O chefe de Governo apercebeu-se de imediato das implicações do que tinha dito e pediu a todos os participantes discrição e segredo e passou o resto da reunião a elogiar a AstraZeneca por estar a fornecer as vacinas a preço de custo.
Alguns conservadores não respeitaram o pedido do líder e revelaram a conversa à BBC e à CNN.
O porta-voz de Boris Johnson não quis fazer qualquer comentário mas o partido trabalhista apressou-se a dizer que é muito estranho pensar que foram atos de egoísmo que ajudaram o país a vacinar tantas pessoas, mas que nunca se sabe do que o primeiro-ministro é capaz.
O timing desta gafe não é o melhor já que a comissão europeia se prepara para apertar o controlo à exportação de vacinas produzidas nos 27 países.
Os líderes da União reúnem-se na quinta-feira, por videoconferência, para analisarem as recomendações da comissão. A Alemanha e a Irlanda já apelaram à prudência manifestando-se contrários à adoção de medidas que tenham por alvo países específicos.
O Reino Unido optou por ficar fora da estratégia europeia para a compra de vacinas e tem, nesta altura, um programa de vacinação bastante rápido. Até agora foi capaz de vacinar mais de 28 milhões de pessoas com a primeira dose e mais de dois milhões com as duas.
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