Gomes Cravinho defende que palestinianos "devem ter condições para ficar em Gaza"
O governante sublinha que, "apesar das circunstâncias trágicas", existe hoje uma "convergência muito forte internacional" sobre a necessidade de serem mobilizados "todos os esforços" para se atingir o "ponto de chegada: a solução de dois Estados".
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O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu esta sexta-feira que a "posição portuguesa e da União Europeia é muito clara": os palestinianos "devem ter condições para ficar em Gaza".
Gomes Cravinho terminou esta sexta-feira uma visita à Cisjordânia, onde esteve em contacto com o primeiro-ministro e com o ministro dos Negócios Estrangeiros palestinianos.
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Nesse encontro, o governante português garante, em declarações à RTP, que passou "uma mensagem de solidariedade", uma vez que se "perderam muitas vidas inocentes palestinianas".
É com um "sentimento reforçado da urgência do momento", que João Gomes Cravinho destaca que, "apesar das circunstâncias trágicas", existe hoje uma "convergência muito forte internacional" em torno de uma ideia.
"É necessário agora mobilizarmos todos os esforços para chegarmos ao ponto de chegada necessário: a solução de dois Estados", defende, assegurando que o mundo tem agora "uma oportunidade única" para reconhecer os dois Estados independentes: Israel e Palestina.
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Sobre isto, o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros adianta ainda que o primeiro-ministro palestiniano revelou "preocupação" por sentir uma "pressão israelita" para que os palestinianos abandonem a Faixa de Gaza.
Para Gomes Cravinho, esta é uma questão "muito importante, que terá grande impacto para o futuro" e garante que a "posição portuguesa e da União Europeia é muito clara".
"A população deve ficar em Gaza, deve ter condições para ficar em Gaza, desde logo toda a ajuda humanitária de que precisa e neste momento não deve servir para qualquer relocalização da população", defende.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, admitiu esta sexta-feira a possibilidade de Espanha reconhecer o Estado palestiniano unilateralmente, à margem da União Europeia e de outros Estados-membros do bloco comunitário.
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O primeiro-ministro da Bélgica também já tinha afirmado que têm de ser libertados todos os reféns pelo Hamas e que Israel tem de parar de matar civis.
Questionado sobre o facto de Israel ter já contactado os embaixadores espanhóis e belgas após estas declarações e sobre a possibilidade de Israel não perceber a mensagem que a União Europeia poderá passar, com o reconhecimento dos dois Estados, Gomes Cravinho afirma "desconhecer a situação em relação aos embaixadores".
Ainda assim, o MNE sublinha que a sua disponibilidade para fazer "qualquer esclarecimento" junto do homólogo israelita ficou "muito clara" no seu diálogo, "tanto na parte mais política, como privada".
"Precisamos de continuar com o nosso diálogo e a insistir naquilo que consideramos ser o único caminho possível: que é o caminho político e diplomático", aponta.