O Governo grego excluiu hoje a demissão de George Papandreou como primeiro-ministro antes de ser conseguido um acordo entre os partidos para a formação de uma nova equipa governativa.
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«Não pode haver uma demissão sem um acordo sobre o Governo porque haveria um vazio de poder. É preciso primeiro um acordo entre as partes e a nomeação de um novo primeiro-ministro», disse à agência de notícias France Presse uma fonte governamental.
A mesma fonte sublinhou que o Governo queria um acordo deste tipo hoje e lembrou que Papandreou disse nos últimos dias que está disponível para ceder o cargo.
Uma outra fonte do partido de Governo, o PASOK, disse que era «segura» a demissão de Papandreou: «Existe a possibilidade de renunciar hoje, mas primeiro precisa de um acordo de coligação», afirmou.
«Temos de encontrar a pessoa que aceite os dois lados e logo de seguida ele demite-se», acrescentou, reiterando que não é possível o país «perder mais tempo».
A fonte governamental disse ainda que qualquer acordo de coligação tem de esclarecer qual será o mandato da futura equipa governativa.
De acordo com Papandreou, o novo Governo deve evitar a saída do país da Zona Euro e garantir a execução até 2012 do plano de redução da dívida do país assinado com os parceiros europeus na cimeira de final de Outubro.
O líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, o maior partido da oposição, admitiu participar num governo de unidade nacional com o PASOK «caso Papandreu se demita ainda hoje», disse à Lusa fonte governamental.
«Perspectiva-se um novo executivo com a participação de todos os partidos com assento parlamentar à excepção das formações de esquerda, o Syrizia e o Partido Comunista», disse a mesma fonte à agência Lusa.
O governo do PASOK reúne-se hoje em conselho de ministros extrordinário às 16:00 locais (14:00 em Lisboa) e aguarda-se uma decisão na sequência deste encontro.