O governo do Zimbabué apelou, esta segunda-feira, ao líder da oposição para repensar a decisão de se retirar da corrida às presidenciais. Entretanto, o embaixador português disse à TSF que não existe qualquer ameaça aos portugueses no país.
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O governo do Zimbabué apelou, esta segunda-feira, ao líder da oposição para reconsiderar a decisão de se retirar da corrida às eleições presidenciais, disse um porta-voz do governo de Harare, considerando a saída de Morgan Tsvangirai «lamentável».
O pedido surge depois dos protestos de vários países preocupados com os actos de violência levados a cabo no país contra a oposição do Zimbabué.
Morgan Tsvangirai anunciou a sua retirada da segunda volta das eleições persidenciais, afirmando não acreditar que possam realizar-se eleições livres e justas, dado o clima de terror que existe no país, que já provocou a morte de 80 apoiantes do seu partido, para além de dez mil feridos, 200 mil deslocados e 20 mil casas incendiadas.
Entretanto, também esta segunda-feira, em declarações à TSF, o embaixador português no país disse que, com a desistência do líder da oposição das eleições presidenciais, o país deverá ficar mais seguro.
João Câmara adiantou que não existe qualquer «ameaça para os portugueses» residentes no país, salientando que a onda de violência tem «acontecido fundamentalmente nas zonas rurais».
«Em princípio, e vamos esperar que nada tenha mudado do ponto de vista da segurança das pessoas», muito provavelmente Robert Mugabe vai ser considerado vencedor e a situação «vai voltar ao que era antes», sublinhou.
Na opinião de João Carlos Barradas, comentador da TSF para Assuntos Internacionais, o líder da oposição recusa ir a eleições para «evitar uma fraude eleitoral em toda a escala».