O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou hoje a convocação de um referendo para dia 5 de julho sobre se deve, ou não, ser aceite o acordo com os credores internacionais. "
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Declarações de Alexis Tsipras após uma reunião de emergência do Governo.
O primeiro-ministro grego, citado pela Reuters, diz que os credores "fizeram um ultimato ao governo helénico e que as propostas que apresentaram são contra as regras da União Europeia".
Tsipras confirmou ainda que o referendo vai realizar-se a 5 de julho, um domingo. Os gregos devem dizer se aceitam, ou não, o acordo com os credores. O primeiro-ministro garantiu que já comunicou a decisão a Angela Merkel e a Mario Draghi.
Alexis Tsipras disse também que a Grécia vai pedir à troika a extensão do segundo programa de ajustamento. O primeiro-ministro grego defendeu que "a Grécia tem de enviar uma resposta democrática à UE".
A decisão surge depois de já esta noite o núcleo duro do executivo ter estado reunido depois de mais um dia de impasse nas negociações com os credores.
Na sequência desta decisão, o Banco Central Europeu reunirá amanhã, sábado, de emergência, em Bruxelas, e contará com a presença do vice-primeiro-ministro grego, Yannis Dragasakis, que se encontrará com Mario Draghi.
Para sábado, em Bruxelas está prevista mais uma reunião do Eurogrupo para as 14h (13hde Lisboa). Este novo encontro dos ministros das Finanças da zona euro - o quarto na mesma semana e o quinto em dez dias - tem como objetivo chegar a um acordo com a Grécia quanto às medidas a adotar pelo país e acontece a três dias do final do prazo para Atenas pagar cerca de 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo fontes diplomáticas, se houver acordo e se o parlamento grego passar as medidas no domingo ou na segunda-feira, serão desbloqueados imediatamente para a Grécia 1.800 milhões de euros de lucros que o Banco Central Europeu (BCE) fez com a dívida pública helénica, a tempo de Atenas pagar o dinheiro devido ao FMI, cujo prazo termina a 30 de junho, na terça-feira.
A proposta dos credores passa ainda por mais financiamento até novembro, mês até ao qual deverá ser estendido o atual programa de resgate.
No total, poderão ir para os cofres helénicos 15,5 mil milhões de euros nos próximos cinco meses, para fazer face às obrigações financeiras para com o FMI e o BCE, mas sendo a libertação desse dinheiro - que irá ser feita por tranches - sempre condicionada à execução das medidas eventualmente acordadas.