Alexis Tsipras recusou hoje "os ultimatos e a chantagem" a que considera estar a ser sujeito pelos seus parceiros europeus. Entretanto, fonte governamental grega declarou que a última proposta apresentada à Grécia "não pode ser aceite".
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A Europa, salientou Tsipras, "não foi fundada sob chantagem e ultimatos. Especialmente nestas horas cruciais, ninguém tem o direito de colocar em perigo estes princípios". Alexis Tsipras falava em conferência de imprensa no final do Conselho Europeu, dominado pelo problema financeiro da Grécia, apesar de este não estar na agenda oficial.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também em conferência de imprensa, negou que tenha sido feito qualquer ultimato à Grécia.
"Na reunião de sábado [do Eurogrupo] iremos tentar aproximar posições, o que não vai ser fácil. Quem está a fazer chantagem com quem?", questionou. "É antieuropeu dar ao povo grego a impressão de que houve um ultimato e é antieuropeu não dar ouvidos aos outros", considerou ainda Juncker, sublinhando que o que está em causa é o povo grego e não o seu Governo.
Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reconheceu haver pressão sobre o primeiro-ministro grego, mas que esta se deve ao "esgotar do tempo". "Estamos a três dias do fim do jogo, não é chantagem política, é um facto, terça-feira é um dia crítico para a Grécia se não houver um acordo com os credores", acrescentou Tusk.
Entretanto, fonte governamental grega declarou hoje que a última proposta apresentada à Grécia pelos credores em troca de reformas e esforços orçamentais "não pode ser aceite" dado que contém medidas "recessivas" e um programa de financiamento de cinco meses considerado "insuficiente".
"A proposta das instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) ao governo grego era para legislar imediatamente sobre medidas profundamente recessivas (...) como condição para um financiamento de cinco meses, o que é de todo insuficiente", afirmou o governo grego numa nota.
De acordo com o que foi divulgado, a proposta das instituições previa um prolongamento por cinco meses do programa de assistência financeira à Grécia e um pacote de pelo menos 12 mil milhões de euros a pagar em quatro prestações até novembro por europeus e FMI.