Na Grécia o governo ordenou ontem o encerramento da ERT, a emissora de rádio e televisão pública. A decisão foi cumprida, mas muitos jornalistas e funcionários da empresa permaneceram no edifício e continuam a trabalhar e a transmitir para a internet.
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A programação da ERT mantém-se praticamente inalterada. Há até o noticiário mais alargado ao arranque da tarde.
É via internet que a televisão pública está a transmitir.
O destaque vai todo para o que está a acontecer às portas do edifício. As imagens mostram centenas de pessoas, na rua, a manifestar apoio à televisão e a rádio pública gregas.
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Os repórteres vão entrevistando os políticos que por ali passam. No estúdio, uma equipa de jornalistas e comentadores vai dando conta das últimas novidades.
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Uma delas é que o governo grego se prepara para recorrer à polícia para evacuar o edifício. Nesta altura o prédio da ERT ainda está ocupado, no entanto, ninguém atende telefones. A agência Lusa conseguiu falar com uma jornalista da agência de notícias ANA. Dimitra Letsa afirma que a operação de assalto já está a ser preparada.
Foi às onze da noite de ontem que os emissores de rádio e de televisão da ERT deixaram de emitir sinal. Os ecrãs ficaram negros mas os jornalistas, mesmo depois de avisados continuaram a trabalhar. Pouco depois a emissão foi restabelecida, aí sim, apenas via online.
É lá que continua por vezes com meios próprios, noutras alturas, com o apoio técnico de outras televisões gregas que, em solidariedade, optaram por transmitir aquilo que sai dos estúdios da emissora pública.
A decisão de encerrar a estação pública de rádio e televisão foi justificada ontem pelo Governo com a alegada «falta de transparência e incrível extravagância» da sua gestão.
Já esta manhã o executivo anunciou que tem pronto um projecto de lei que pretende reorganizar a emissora pública grega. Um documento que, segundo um comunicado, será levado ao parlamento para discussão ainda esta tarde.