Grupos extremistas procuram abafar gritos pró-palestinianos em Londres. Veja as imagens
A linguagem incendiária de alguns governantes britânicos alimentou a extrema-direita, que provocou desacatos nesta manifestação, tendo 92 pessoas sido detidas.
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Perto de dois mil polícias terão saído este sábado à rua para conter a tensão e distúrbios que têm marcado uma manifestação pró-palestiniana, em Londres, para apelar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que mobiliza centenas de milhares de pessoas.
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O 11 de novembro, também conhecido como Dia do Armistício, que celebra o fim da Primeira Guerra Mundial, é um dia de grande significado para os britânicos, que não ficaram indiferentes ao cruzamento destes dois propósitos.
A ministra da Administração e o primeiro-ministro britânicos apelaram a que a manifestação pró-palestiniana não se realizasse neste dia, apelidando-a de "marcha de ódio" e considerando-a uma "provocação e desrespeito", respetivamente.
Esta linguagem incendiária acabou por alimentar grupos nacionalistas, de extrema-direita, que decidiram juntar-se à manifestação, envolvendo-se em confrontos com a polícia londrina para tentar perturbar a manifestação principal.
Transportando bandeiras com a cruz de São Jorge (vermelha sobre fundo branco) e gritando "Inglaterra até à morte", alguns tentaram chegar ao cenotáfio, um monumento em honra aos mortos da Primeira Guerra Mundial, durante uma cerimónia para marcar o aniversário do Armistício.
O grupo empurrou agentes e tentou derrubar vedações, tendo pelo menos 92 sido detidos pela polícia.
Os tumultos aconteceram à margem da manifestação pró-palestiniana, que desfilou pelas ruas de Londres desde Hyde Park até à embaixada dos Estados Unidos.
A separar os grupos opostos estão várias carrinhas da polícia de intervenção para criar uma espécie de caixa de segurança.
Os organizadores, grupos de esquerda e organizações muçulmanas como a Campanha de Solidariedade com a Palestina, Amigos de Al-Aqsa, Coligação "Stop the War", Associação Muçulmana, Fórum Palestiniano e Campanha para o Desarmamento Nuclear, esperavam mobilizar um milhão de pessoas.
Muitos manifestantes transportavam bandeiras palestinianas e cartazes com mensagens como "Palestina livre", "Fim ao cerco" "e "Mãos fora da Palestina".
Entre os cânticos entoados ouviu-se "Ocupação nunca mais" e "Israel é um Estado terrorista".
As manifestações pró-palestinianas têm-se tornado habituais no Reino Unido, acontecendo todos os sábados, mas devido ao elevado número de participantes deste sábado - a confirmarem-se os números avançados pela associação organizadora, será o maior evento pró-palestiniano até agora em Londres - mobilizou o dobro dos esforços policiais habituais.