A ONU condenou os actos de violência ocorridos desde segunda-feira na Guiné-Bissau e apelou às autoridades para que realizem um inquérito «conforme os procedimentos legais».
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«O secretário-geral condena o uso da força na resolução de diferendos na Guiné-Bissau. A supremacia das autoridades civis legais de acordo com a Constituição devem ser respeitadas», sublinhou o porta-voz de Ban Ki-moon, Martin Nesirky, citado pela AFP.
O exército da Guiné-Bissau continua leal ao Governo que procura suspeitos de um ataque realizado segunda-feira e que o chefe das Forças Armadas, António Indjai, considerou uma «tentativa de subversão da ordem constitucional», enquanto o Governo negou uma tentativa de golpe de Estado, apesar de confirmar um assalto ao paiol do Exército.
Também a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, está «preocupada com as acções violentas» de segunda-feira na Guiné-Bissau, condenando «nos termos mais fortes possíveis tais atitudes anti-constitucionais», disse o seu porta-voz.
Em comunicado, o porta-voz da Alta Representante da União Europeia afirmou que «as regras civis devem ser estritamente respeitadas e protegidas pelas forças militares e de segurança» e que «a subordinação militar ao poder civil é essencial», considerando que serão precisas mais reformas do sector da segurança.
A Guiné-Bissau viveu na segunda-feira um feriado anormal, com movimentações militares, desvalorizadas pela chefia das forças armadas, mas com o Governo guineense a prometer uma investigação.
Os conflitos militares de segunda-feira levaram à detenção de pelo menos seis pessoas, entre as quais o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, que, antes de ser preso, negou qualquer envolvimento.
Há também dois mortos confirmados em resultado dos confrontos entre militares na capital guineense, entre os quais Iaia Dabó, irmão do ex-ministro do Interior Baciro Dabó, suspeito de ser o assassino de um polícia.