Libertação terá acontecido no âmbito da mediação egípcia e catari do conflito.
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As brigadas Al-Qassam, do Hamas, terão libertado esta segunda-feira mais duas reféns identificadas como Nurit Yitzhak and Yochved Lifshitz anunciou o grupo através de um comunicado difundido na rede social Telegram.
"Decidimos libertá-las por razões humanitárias e de saúde apesar dos crimes dos ocupantes", lê-se na comunicação, que acrescenta que esta iniciativa acontece no âmbito da mediação do Egito e do Catar.
O Hamas assinala, na mesma mensagem, que Israel "recusa desde sexta-feira aceitar a receção" destas reféns.
Na última sexta-feira, um porta-voz do Hamas, Abu Obeida, já tinha explicado que fora transmitida ao Catar a disponibilidade para libertar as duas reféns em causa "por razões humanitárias e sem contrapartidas" utilizando "os mesmos procedimentos" utilizados na libertação de dois reféns norte-americanos já na semana passada.
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Porta-voz do Hamas acusa Israel de não seguir regras nem garantir condições de segurança
Em declarações ao canal de televisão Al Jazeera, um porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, considerou que a mudança de posição de Israel e de Netanyahu para a aceitação destas duas reféns terá nascido da "pressão das ruas".
Garantindo que as duas mulheres já foram libertadas "sem o Hamas receber nada em troca", o mesmo representante acusou os israelitas de "não respeitarem as regras acordadas" e de desrespeitarem o processo.
"Queríamos garantir a segurança das duas mulheres, então pedimos que parassem de bombardear Gaza pelo menos até que as libertássemos, as enviássemos para a fronteira e depois as entregássemos às autoridades. Os israelitas não cumpriram", acusou Hamdan, pelo que "não há confiança e não se pode confiar nos israelitas".
Questionado sobre se é possível que sejam libertados mais reféns, garantiu que o Hamas vê os civis como "convidados e não como reféns", pelo que "serão enviados para casa assim que haja condições para a sua segurança e para que não sejam mortos por bombardeamentos israelitas".
"É o que aconteceu na sexta-feira e esperamos que possa correr melhor do que hoje [segunda-feira]", garantiu. Assim, "se houver condições de segurança", o Hamas libertará os reféns civis, "mas os israelitas não aceitam [essas condições]".
Sobre informações difundidas por média israelitas de que poderiam ser libertados mais 50 reféns, Hamdan classificou-as como "rumores que talvez sirvam para sabotar todo o processo".
"Se querem continuar, têm de ser honestos e parar de espalhar mentiras como o que disseram sobre o ataque ao hospital e as mortes de mulheres e crianças", avisou.