Pascal Disant, porta-voz do sindicato da polícia francesa, admite que Hayat Boumeddiene, 26 anos, poderá ter aproveitado o momento da saída dos reféns da mercearia judaica para despistar as autoridades.
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Não é uma desconhecida das autoridades. Em 2010, depois da detenção do companheiro, suspeito de participar na elaboração de uma plano de fuga da prisão de um dos responsáveis por uma vaga de atentados em Paris, em 1995, Hayat Boumeddiene foi interrogada pela SDAT (unidade anti-terrorista).
Nessa altura, manifestou vontade de viajar para um país árabe a fim de aperfeiçoar o conhecimento que tinha do idioma. Conta a revista Nouvel Observateur que recusou condenar os atentados da al-Qaeda, preferiu evocar os inocentes mortos pelos americanos.
Nesse mesmo ano, 2010, frequentou com Coulibaly a casa de Abou Hamza, um radical islâmico condenado por terrorismo. Várias publicações francesas mostram hoje fotografias dessa estadia no departamento de Cantal. Vê-se, por exemplo, Hayat Boumeddiene vestida com um véu islâmico a apontar uma besta à objetiva fotográfica.
Na sexta-feira, durante o sequestro de 13 horas no "Hyper Cacher", na Porta de Vincennes (leste de Paris), a polícia divulgou a identificação de dois suspeitos: um homem de 32 anos, Amedy Coulibaly, e uma mulher de 26, Hayat Boumedienne. Coulibaly foi morto durante a intervenção policial, Boumeddiene está desaparecida.
Quatro reféns morreram e outros quatro ficaram gravemente feridos. A polícia francesa lançou o assalto ao supermercado 'kosher' da Porta de Vincennes, no leste de Paris, minutos depois das 17:00 locais (16:00 em Lisboa).
O assalto ao supermercado 'kosher' (judaico) foi lançado pouco depois do assalto à gráfica em Dammartin-en-Goële onde estavam barricados os dois suspeitos do ataque de quarta-feira na redação do jornal satírico Charlie Hebdo, ataque que fez 12 mortos. Os dois suspeitos, os irmãos Said e Chérif Kouachi, foram mortos.