O grupo xiita libanês afirmou ter bombardeado dois quartéis israelitas, utilizando "mísseis guiados e morteiros que atingiram diretamente" os seus alvos.
Corpo do artigo
O Hezbollah anunciou que três dos seus membros morreram esta segunda-feira em ataques israelitas numa zona de fronteira no sul do Líbano, por onde combatentes da Jihad islâmica se infiltraram em Israel, enquanto Telavive anunciou ter matado "vários suspeitos".
A Jihad Islâmica Palestiniana, que afirma apoiar o Hamas na sua ofensiva sem precedentes lançada contra Israel no sábado, assumiu a responsabilidade pela operação de infiltração, iniciativa que reforça os receios de que a violência se alastre à frente israelo-libanesa.
O Hezbollah anunciou, em declarações separadas, a morte de três dos seus membros, descritos pelo grupo como "mártires após a agressão sionista no sul do Líbano na tarde de segunda-feira".
Posteriormente, o grupo xiita libanês afirmou ter bombardeado dois quartéis israelitas, utilizando "mísseis guiados e morteiros que atingiram diretamente" os seus alvos.
O grupo armado classificou o seu ataque como uma "primeira resposta" às mortes dos seus membros.
Israel bombardeou o sul do Líbano depois de anunciar que matou "vários suspeitos armados" que se infiltraram no seu território.
Em comunicado, as brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad islâmica, reivindicaram "a responsabilidade pela operação fronteiriça no sul do Líbano".
Mais de 800 pessoas morreram no lado israelita e 560 na Faixa de Gaza, desde o ataque surpresa do Hamas ao território israelita no sábado, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
O Hezbollah, aliado do Hamas e da Jihad Islâmica, negou qualquer envolvimento na operação de infiltração.
Por sua vez, o Exército israelita indicou, em comunicado, que "soldados das FDI [Forças de Defesa de Israel] mataram vários suspeitos armados que se tinham infiltrado no território israelita a partir do território libanês".
As forças israelitas garantiram ainda que continuam a "varrer a área", que tinha sido alvo de ataques aéreos e de artilharia.
O Exército libanês especificou, em comunicado, que os arredores de Aita al-Chaab e Dhayra, bem como outras áreas fronteiriças, foram alvo de "bombardeamentos aéreos e de artilharia do inimigo israelita".
Famílias libanesas e refugiados sírios fugiram das zonas alvo dos bombardeamentos israelitas, segundo um correspondente da agência France-Presse (AFP) em Aita al-Chaab.
O comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), General Aroldo Lazaro Saenz, instou esta segunda-feira as partes envolvidas a "exercerem a máxima contenção e usarem os mecanismos de ligação e coordenação da UNIFIL para evitar uma nova escalada", de acordo com o porta-voz para a força da ONU.
Por sua vez, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, assegurou que "a prioridade do governo é manter a segurança e a estabilidade no sul do Líbano e manter a calma".
Em 2006, uma guerra devastadora opôs o Hezbollah a Israel, causando mais de 1200 mortos no lado libanês, na sua maioria civis, e 160 no lado israelita, na sua maioria soldados.