O executivo de Budapeste não refreia a barragem aos que continuam a fazer do país caminho de passagem em direção a outros Estados europeus, sobretudo a Alemanha. A medida pode entrar na próxima semana.
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A proposta foi feita pelo ministro húngaro do Interior e será a primeira a ser discutida na reunião do governo marcada para o próximo de 15, terça-feira da semana que vem.
A declaração do estado de crise terá várias efeitos, permitindo por exemplo que as autoridades tratem dos pedidos de asilo logo na linha fronteira, ou seja, sem que os refugiados cheguem de facto a entrar em território húngaro.
De igual modo, à luz das leis associadas ao estado de crise, qualquer pessoa que cruze a vedação que está a ser construída na fronteira com a Sérvia, será acusada da prática de um crime.
Essa nova barreira, um muro de arame farpado com três metro e meio de altura, deve entretanto estar concluída no início de outubro. É essa a estimativa do governo húngaro. Será assim antecipado em quase um mês o prazo para que a longa vedação de 175 km fique pronta.
Noutra frente, o operador ferroviario húngaro MAV anunciou que está a normalizar as viagens de comboio com a Áustria, ligação que estava interrompida.
Acontece, porém, que apesar das ligações diretas entre Budapeste e Viena terem sido retomadas hoje de manhã, a empresa de caminhos de ferro austríaca decidiu suspender o envio de novos comboios em direção à Hungria, numa tentativa de reduzir o número de passageiros.
Num comunicado, a operadora estatal austriaca pediu para que "voluntários e empresas de autocarros" deixem de conduzir mais migrantes para as estações de comboio que integram a rede ferroviária do país.