Ida de Marcelo à Ucrânia mostra que "lideranças políticas já não andam à boleia das opiniões públicas"
À TSF, o major-general Arnaut Moreira afirma que "o desfecho da guerra da Ucrânia não é indiferente para a Europa".
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A visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à Ucrânia "é importante para mostrar a solidariedade de Portugal" e "as lideranças políticas já não andam à boleia das opiniões públicas", consideraram esta quarta-feira, em declarações à TSF, o diplomata Martins da Cruz e o major-general Arnaut Moreira.
"É um fator de visibilidade da causa ucraniana, que seguramente será muito apreciada pelo Presidente [Volodymyr Zelensky] e pelos responsáveis políticos e militares na Ucrânia", disse Martins da Cruz.
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Já Arnauto Moreira afirma que "o desfecho da guerra da Ucrânia não é indiferente para a Europa" e, por isso, espera que as lideranças políticas "sejam capazes de explicar às opiniões públicas aquilo que está verdadeiramente em causa e a importância que terá no futuro da Europa a solução final que se encontra para a guerra".
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Questionados sobre a possibilidade de chegar a um acordo de paz, Martins da Cruz e Arnaut Moreira apresentam perspetivam diferentes.
Se para o diplomata as próximas eleições nos Estados Unidos podem ajudar a chegar a um entendimento, para o Major-General, enquanto a Rússia e a Ucrânia continuarem a encarar a luta por territórios como uma vantagem nas negociações o acordo será difícil.
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"Quando começar o outuno/inverno e deixar de haver condições para a chamada contraofensiva ucraniana, aproxima-se também a campanha eleitoral nos Estados Unidos, ou seja, no final do ano. Isso significa que, como a guerra da Ucrânia vai fazer parte da campanha eleitoral americana, que serão porventura os americanos os primeiros interessados em iniciar negociações que podem conduzir a um a uma paz", disse Martins da Cruz.
"Não me parece que haja condições para ser encontrada uma qualquer solução política para o conflito", contraria Arnaut Moreira.
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Martins da Cruz comentou ainda a estratégia diplomática que tem sido adotada por Zelensky, sublinhando que o objetivo do Presidente ucraniano é não deixar esmorecer o apoio ao país: "Relembrar que a Ucrânia continua a necessitar de ajuda e cada vez maior."