O Irão estará à beira de conseguir fabricar bombas atómicas depois de ter recebido ajuda de especialistas estrangeiros, com destaque para técnicos nucleares da antiga União Soviética.
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Várias fontes indicam que é este o conteúdo do novo relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que vai ser revelado esta semana e que promete deitar lenha na fogueira das relações entre o Irão e Israel e aliados ocidentais.
Em Junho, depois da última visita do director da AIEA ao Irão, a referência no relatório final era apenas uma suspeita de existência de instalações secretas com fins militares. Estaria então em causa o desenvolvimento de material nuclear para uso em mísseis.
Agora, segundo fontes do Washington Post e da Associated Press, há referências mais concretas.
Terão sidos especialistas nucleares da antiga União Soviética a dar a mão que faltava para aperfeiçoar aquilo que será um modelo computorizado de ogiva nuclear.
Um desses cientistas terá ajudado na concretização de detonadores de alta precisão capazes de fazer despoletar uma explosão nuclear em cadeia.
Há ainda relatos, neste relatório, sobre a participação de elementos dos programas nucleares norte-coreano e paquistanês.
Além disso, há imagens de satélite que revelam um contentor de aço, que servirá para guardar as armas já desenvolvidas.
A informação crítica estará num anexo ao relatório sazonal de acompanhamento do programa nuclear iraniano que vai ser divulgado esta semana.
Lidos estes desenvolvimentos entendem-se melhor os discursos dos últimos dias, especialmente em Israel, mas também em Londres.
Os israelitas falaram com insistência da possibilidade de um ataque contra instalações nucleares iranianas e os ingleses admitiram participar nessa operação.
O Irão foi informado do relatório na semana passada.
A primeira reacção iraniana chega pela voz de um Aiatola. Ahmad Khatami, um conservador, recomenda ao japonês Yukiya Amano, director-geral da AIEA, que não seja um instrumento sem vontade e às mãos dos Estados Unidos.
Khatami disse ainda que a agência corre o risco de perder a pouca credibilidade que ainda tem.
A declaração deste líder religioso foi feita durante uma oração islâmica.