Israel continuou a bombardear hoje pelo sétimo dia consecutivo a Faixa de Gaza apesar dos apelos internacionais a uma trégua, mas sem desencadear a intervenção terrestre para impedir o lançamento de 'rockets' pelo Hamas.
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Pela primeira vez desde o início da operação em Gaza, um palestiniano de 20 anos foi morto na Cisjordânia em confrontos com o exército durante uma manifestação esta manhã, a sul de Hebron.
Em paralelo, Israel prosseguiu a sua campanha de repressão na Cisjordânia, com a detenção de 23 palestinianos durante a noite, incluindo 11 deputados do Hamas.
Em Gaza, novos ataques aéreos terão atingido bases das brigadas Ezzedine al-Qassam, o ramo militar do Hamas. O exército referiu-se a «40 depósitos terroristas» visados na noite de domingo para hoje.
Desde o início da operação militar contra Gaza, os bombardeamentos israelitas já provocaram 175 mortos e 1.280 feridos palestinianos, na maioria civis.
Os ataques provocaram hoje pelo menos cinco vítimas, mas foram menos mortíferos que os ataques de sábado, quando 56 palestinianos foram mortos. Jornalistas da agência noticiosa AFP no local confirmaram que os bombardeamentos diminuíram de intensidade.
Segundo a agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA), cerca de 1.700 pessoas, muitas com as casas arrasadas pelos ataques israelitas, refugiaram-se nas diversas escolas da organização em Gaza.
«É dramático, tudo indica que as mulheres e as crianças representam uma larga parte das vítimas dos ataques aéreos. Até agora, mais de um quarto das mortes são de crianças», disse em Gaza o responsável da UNRWA, Pierre Krahenbuhl.
No entanto, as condições nas escolas são difíceis. «Há escassez de água, de alimentação e as crianças não podem exercer nenhuma atividade. Dormem no chão», disse à AFP uma refugiada palestiniana de 27 anos.
No entanto, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, não parece disposto a depor as armas. Na manhã de hoje, o exército judaico lançou um míssil terra-ar Patriot para neutralizar um aparelho aéreo sem piloto (UAV) sobre Ashod, 30 quilómetros a norte de Gaza.
Numa mensagem em hebraico divulgada no Twitter, as brigadas Al-Qassam reivindicaram o lançamento «de diversos UAV para o coração da entidade inimiga».
E simultâneo, 12 'rocketes' disparados da Faixa de Gaza atingiram Israel, como sete intercetados pelo sistema de defesa. Desde o início das hostilidades cerca de 1.100 projéteis já foram lançados a partir de Gaza, com 780 a atingir território de Israel mas sem provocar vítimas.
A espiral de violência foi desencadeada após o rapto e assassínio de três estudantes israelitas de um colonato perto de Hebron, atribuídos por Israel ao Hamas, que negou qualquer envolvimento. Israel desencadeou de imediato uma ação repressiva em Gaza, com centenas de detenções, enquanto extremistas judeus raptavam e queimavam vivo em Jerusalém um jovem palestiniano.
Este é a operação mais mortífera desde o ataque desencadeado por Israel a gaza em novembro de 2012, também justificado para impedir o lançamento de 'rockets' pelas organizações palestinianas.