Hamas fala em hospital atingido por "rocket da Jihad Islâmica" em alegada conversa intercetada por Israel

Daniel Hagari, porta-voz das forças armadas de Israel, assegura que existem provas de que o ataque ao hospital em Gaza que provocou a morte a centenas de pessoas esta terça-feira foi responsabilidade da Jihad Islâmica e ter-se-á tratado de um acidente.

"De acordo com os nossos serviços de inteligência, o Hamas confirmou que se tratava de um rocket da Jihad Islâmica que falhou e decidiram lançar uma campanha global para esconder o que realmente aconteceu", afirmou o militar esta quarta-feira em conferência de imprensa.

O ministério dos Negócios Estrangeiros israelita divulgou momentos depois um áudio que diz ter sido intercetado nas comunicações do Hamas. Trata-se de uma conversa entre dois operacionais em que um deles revela ao outro que o hospital Al-Ahli foi atingido por um rocket da jihad islâmica.

Hamas terrorists in their own voices:

Listen to the conversation between Hamas operatives as they discuss the failed Islamic Jihad rocket launch on the Al-Ahli Baptist Hospital on October 17, 2023 pic.twitter.com/PUUuqE2Imu

- Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) October 18, 2023

"É a primeira vez que vemos um míssil cair assim, por isso é que estamos a dizer que o míssil pertence à Jihad Islâmica", diz um dos militares do Hamas.

"O quê? (...) É nosso?", questiona o outro.

"Parece que sim."

"Estão a dizer que o estilhaço do míssil é igual ao de mísseis locais e não é como os estilhaços israelitas."

"Pelo amor de Deus, não podia ter caído noutro sítio?"

"Foi disparado a partir do cemitério atrás do hospital, falhou e caiu sobre eles."

O porta-voz das forças armadas de Israel acusa ainda o Hamas de "inflacionar o número de vítimas", uma vez que Israel estima que tenham morrido 200 pessoas no hospital atingido por um rocket, enquanto o lado palestiniano fala em pelo menos 500 mortos.