Israel diz que aceitar acordo para libertação de reféns foi "uma decisão difícil, mas é a correta"

TOPSHOT - Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu speaks during a press conference in the Kirya military base in Tel Aviv on October 28, 2023 amid ongoing battles between Israel and the Palestinian group Hamas. Netanyahu said on October 28 that fighting inside the Gaza Strip would be "long and difficult", as Israeli ground forces operate in the Palestinian territory for more than 24 hours. (Photo by Abir SULTAN / POOL / AFP)
AFP
O acordo provisório incluirá uma trégua de cinco dias, composta por um cessar-fogo total no terreno e o fim das operações aéreas israelitas sobre Gaza, exceto no norte.
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou esta terça-feira que aceitar um acordo para a libertação dos reféns capturados nos ataques do Hamas de 7 de outubro foi "uma decisão difícil, mas é uma decisão correta".
O Presidente dos EUA, Joe Biden, ajudou a "melhorar o quadro que foi apresentado para incluir mais reféns a um preço mais baixo", disse Netanyahu ao seu gabinete quando este se reuniu para votar o acordo: "Todo o sistema de segurança apoia-o totalmente."
As famílias dos reféns exigiram que Israel insistisse no regresso de todos os detidos e o partido que faz parte da coligação governamental de Netanyahu manifestou a sua oposição ao acordo, denunciando-o como "mau" para a segurança de Israel, para os reféns e para os soldados.
O acordo ainda vai ser votado pelos 38 membros do Governo de coligação, sendo que anteriormente esteve reunido o gabinete de Crise, que manifestou total apoio.
Fontes do Hamas e da Jihad Islâmica, que também participaram nos atentados, disseram à AFP, sob condição de anonimato, que o acordo provisório incluiria uma trégua de cinco dias, composta por um cessar-fogo total no terreno e o fim das operações aéreas israelitas sobre Gaza, exceto no norte, onde só parariam durante seis horas por dia.
O primeiro-ministro de Israel adianta ainda que o acordo para a libertação dos reféns inclui o acesso da Cruz Vermelha aos civis sequestrados e mantidos em cativeiro em Gaza.
Nos termos do acordo, que, segundo as fontes, poderá ainda sofrer alterações, entre 50 e 100 civis israelitas e com dupla nacionalidade serão libertados em troca de cerca de 300 mulheres e crianças palestinianas atualmente detidas nas prisões israelitas, bem como a entrada de combustível e outros bens na Faixa de Gaza.
De acordo com os detalhes que vão sendo avançados, a libertação de presos palestinianos exclui os condenados por homicídio.
"Isto permitirá às FDI prepararem-se para a continuação da luta - a guerra está em curso e continuará até atingirmos todos os nossos objetivos: destruir o Hamas e trazer de volta todos os reféns", disse Netanyahu.
A libertação de reféns, que pode começar já na quinta-feira, vai ser faseada, com 12 reféns israelitas libertados por dia, em troca de 30 palestinianos.
Espera-se que o Executivo israelita vote um plano que suspenda a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza durante vários dias em troca da libertação de reféns detidos pelo Hamas.
O Hamas previu que um acordo mediado pelo Qatar poderia ser alcançado "nas próximas horas".
Netanyahu considerou que, durante a pausa, os esforços do serviço de informações serão mantidos, permitindo ao exército preparar-se para as próximas etapas do conflito
A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1200 mortos, na maioria civis, cerca de cinco mil feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que esta terça-feira entrou no 46.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14 mil mortos, na maioria civis, e mais de 33 mil feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Notícia atualizada às 22h33.