O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, divulgou hoje um comunicado em que defende que Teerão conseguiu «o que queria». Obama compreende o ceticismo.
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«É um mau acordo que dá o que o Irão queria: o alívio parcial das sanções e manutenção de uma parte essencial do seu programa nuclear», refere a nota oficial divulgada algumas horas após a conclusão de um acordo histórico entre as grandes potências mundiais e o Irão.
Para Israel, o acordo «permite ao Irão continuar a enriquecer urânio, deixar no local as centrifugadoras e produzir materiais para uma arma nuclear», realça o comunicado, lamentando o facto de o acordo não prever o desmantelamento das centrais nucleares iranianas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Avigdor Lieberman, afirmou, em declarações à rádio pública de Israel, que o acordo alcançado em Genebra é a «maior vitória diplomática do Irão» por ter conseguido «o reconhecimento do seu alegado direito legítimo de enriquecimento de urânio».
O ministro da Economia israelita, Naftali Bennett, sublinhou que Israel «não está comprometido com o acordo de Genebra» e que se o «Irão ameaçar o país, Israel terá o direito de se defender».
Depois das reações de Israel, o Presidente dos Estados Unidos veio dizer que Israel e os seus aliados do Golfo «têm boas razões para serem céticos sobre as intenções do Irão».
Barack Obama disse que vai conversar com Israel para explicar melhor o acordo alcançado, sublinhando que fará «tudo o que for necessário para impedir o Irão de conseguir uma arma nuclear».
Obama salientou a «responsabilidade de resolver os diferendos [com o Irão] de forma pacífica ao invés de se lançar um conflito» e sublinhou que o acordo prevê «importantes limitações que ajudarão a evitar que o Irão construa uma arma nuclear».