As grandes potências mundiais e o Irão alcançaram esta madrugada um acordo sobre o programa nuclear de Teerão. Obama considera que o acordo «torna o mundo mais seguro».
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«Chegámos a um acordo», escreveu no Twitter o porta-voz de Catherine Ashton, Michael Mann, citando a chefe da diplomacia europeia, sem avançar detalhes.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, também anunciou um acordo através do Twitter: «Alcançámos um acordo» escreveu.
Depois sucederam-se as reações. A partir da Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou esta noite que foi alcançado um «grande acordo» que «torna o mundo mais seguro».
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Obama confirmou que o acordo alcançado entre o Irão e os Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha vai congelar nos próximos seis meses o programa nuclear de Teerão com o objetivo de este servir «total e exclusivamente objetivos pacíficos».
Do lado do Irão, o Presidente Hassan Rohani congratulou-se com «o compromisso construtivo e os esforços incansáveis das equipas de negociação vão abrir novos horizontes».
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, afirmou que o acordo nuclear é «um resultado importante», mas salienta ser «apenas um primeiro passo».
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«Criámos uma comissão mista para fiscalizar a nossa aplicação do acordo. Esperamos que as duas partes possam avançar de uma forma que permita restaurar a confiança», disse Zarif em conferência de imprensa.
O governante acrescentou que o acordo tem uma «referência clara, segundo a qual o enriquecimento [de urânio] vai continuar» no Irão.
«Nós consideramos que é um direito que temos», sublinhou o ministro.
O Governo iraniano comprometeu-se com os Estados Unidos, a Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha a parar o enriquecimento de urânio até 20% e a fazê-lo abaixo de 5%, apenas o suficiente para o seu uso civil, bem como a não expandir as centrais nucleares de Fordo e Natanz e a parar a construção da central de Arak, onde se poderia produzir plutónio.
Em troca, as grandes potências garantem o alívio das sanções contra o Irão, avaliadas em sete mil milhões de dólares, durante o período de seis meses durante o qual o acordo é válido, mas se Teerão não o cumprir por completo as sanções voltarão a entrar em vigor.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse, também em conferência de imprensa em Genebra, esta noite, que serão implementados mecanismos de controlo «sem precedentes» do programa nuclear iraniano, com «acessos diários» de mecanismos de verificação a todas as instalações nucleares do país.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, a Agência Internacional de Energia Atómica terá um controlo total sobre o programa nuclear iraniano.
Este acordo entre o Irão e os membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha representa um momento histórico na diplomacia recente e prevê a primeira paralisação do desenvolvimento do programa nuclear iraniano na última década.