O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Yukiya Amano, manifestou-se «esperançado» num acordo sobre um programa nuclear do Irão sem objetivos militares, na véspera da reunião com as autoridades iranianas em Teerão.
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«Espero que a reunião produza resultados específicos, podendo avançar-se na resolução das questões pendentes, para garantir que o programa nuclear do Irão tem exclusivamente objetivos pacíficos. Chegámos a um ponto muito importante», disse Amano.
O responsável sublinhou que as negociações entre o Irão e as seis potências mundiais, que terminaram hoje de madrugada em Genebra sem se alcançar um acordo, foram «diferentes, independentes e separadas» daquelas que se realizaram com a agência das Nações Unidas.
«O Irão apresentou uma nova proposta (à AIEA) no mês passado, que inclui medidas concretas para reforçar a cooperação e o diálogo, e nós esperamos trabalhar sobre ele», afirmou Amano.
A agência das Nações Unidas efetua inspeções regulares às instalações nucleares iranianas, depois de dois anos de pressão sobre Teerão para que esclarecesse as suspeitas de estar a desenvolver uma arma nuclear desde antes de 2003.
O novo enviado iraniano à AIEA, Reza Najafi, também disse no sábado que estava mais otimista sobre as possibilidades de assinar um acordo durante a viagem de Amano, a sua primeira desde maio de 2012.
«Prevemos que o texto seja finalizado na segunda-feira e que os dois lados cheguem a acordo», afirmou Najafi, à televisão estatal.
Por sua vez, um grupo da oposição exilado, o Conselho Nacional da Resistência do Irão, alertou hoje que «qualquer acordo entre as potências mundiais e o Irão que não exija uma paragem completa de enriquecimento de urânio dará a Teerão a oportunidade de adquirir armas nucleares.
O aviso do grupo, que fez importantes revelações sobre a unidade nuclear de Teerão no passado, surgiu horas depois das potências mundiais não terem conseguido chegar a acordo com o Irão, após três dias de negociações em Genebra.
As negociações serão retomadas no dia 20 de novembro.